Pocket Parks: respiros urbanos em pequena escala

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Nos últimos anos, órgãos públicos, arquitetos e urbanistas de todo o mundo têm cada vez mais discutido o futuro das cidades, buscando refletir sobre os rumos que o urbanismo contemporâneo deverá tomar como enfrentamento do emaranhado de problemas - urbanos e sociais - enfrentados. Mas, uma das perguntas que parece prevalecer no imaginário dos profissionais é como criar espaços capazes de melhorar a qualidade de vida e saúde do espaço público sem a necessidade de obras de grande escala.

A partir disso, alguns movimentos vêm surgindo na tentativa de aplicar simples ações que possam colaborar para o desenvolvimento de “novos” espaços públicos em resposta a necessidade imediata de espaços urbanos de qualidade. Tais ações têm apontado que as cidades do futuro serão cada vez mais convidativas, num manifesto de aproximação do pedestre à rua. São exemplos destas ações, a implementação de parklets; o fechamento de algumas avenidas e impedimento da circulação de veículos por algumas horas, abrindo-as ao pedestre e transformando as mesmas em áreas livres como parques urbanos temporários; a implantação e extensão de novas ciclovias; jardins verticais urbanos; e também, dos Pocket Parks.

Mas, afinal, você sabe o que é um Pocket Park?
O conceito estabelece a noção de um novo modelo de espaço livre: um miniparque, compacto e implantado em lotes urbanos inutilizados, sem uso pré-estabelecido, terrenos baldios ou mesmo, áreas públicas remanescentes.

O modelo surgiu há mais de quarenta anos na cidade de Nova Iorque, por Thomas Hoving, que decidiu implantar áreas livres públicas compactas. Normalmente, se instalam em lotes circundados por edifícios e construções, próximos a grandes avenidas ou vias de fácil acesso com fluxo constante, com frente aberta e que permita visão do mesmo, convidando o pedestre intuitivamente a adentrar o espaço. O mesmo é entendido diferentemente de uma praça, pois apresenta dimensões inferiores.

Projetualmente, no espaço, prevê-se que haja elementos vegetais, diferentes pisos, como por exemplo, áreas secas, vegetais e se possível, molhada. Também se prevê que o Pocket Park proporcione um conjunto de mobiliários urbanos para diferentes funções (sentar, apoiar, descansar) como bancos, mesas e cadeiras móveis, para que o usuário consiga dispor da maneira que melhor desejar.

Pocket Park em Xinhua Road, Shanghai / SHUISHI

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Renovated pocket park. Image © Hao Chen

Localizado na Xinhua Road, no distrito de Changning, em Xangai, este projeto tira partido de um beco de 22 metros de comprimento e 4,2 metros de largura entre dois edifícios, que a priori abrigava um prédio ilegal - um restaurante de macarrão. Assim, tornando-se um espaço desocupado depois que o estabelecimento comercial foi demolido, o cliente, Xinghua Subdistrict Administration Office, uniu forças para transformar o espaço em um pocket park, que atende aos moradores enquanto espaço público e galeria urbana.

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Pocket park on Xinhua Road. Image © Hao Chen

Durante o desenvolvimento projetual, após visitas ao terreno, os arquitetos decidiram por realizar três intervenções. Em primeiro lugar, o sistema de aço inoxidável com acabamento espelhado foi introduzido nas paredes laterais, atuano como intervenção central do projeto. Desta forma, o jardim é refletido através dos espelhos laterais de modo que quando os pedestres passam pelo local, o espaço se transforma em um jardim "infinito". Indo além e experimentando as propriedades do material, o lado oposto dos espelhos pode ser rotacionado, viabilizando painéis expositores removíveis na área traseira, transformando o espaço em uma galeria urbana. Os visitantes podem então, experimentar uma exposição online depois de escanear os QR codes nos painéis. 

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Pocket park on Xinhua Road. Image © Songshan Sheng

Em segundo lugar, na entrada há uma exposição permanente sobre a arquitetura histórica da Estrada Xinghua. Por fim, no sistema de plantio do jardim, percebemos que a atmosfera das plantas e a manutenção são de grande importância. As plantas têm três alturas diferentes - abaixo de 40cm, 40-80cm e acima de 80cm, enriquecendo a hierarquia visual e as interações com os transeuntes.

Jardim Urbano Changli / TM Studio

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Vista Superior da Parte Sul. Imagem Cortesia de TM Studio

Localizado ao sul do Expo Park, este bairro é formado por quadras residenciais de alta densidade. A via semicircular Nanmatou, onde o projeto está inserido, passa pelo mesmo. Em 2018, Shanghai começou a demolir edificações ilegais, como resultado, todas os comércios ilegais no lado leste da Nanmatou Road foram removidos, liberando um espaço verde de 350 metros de comprimento nos limites da comunidade Changwu. A fronteira se tornou uma cerca monótona e longelínea na cidade e encerrou um terreno baldio estéril e obsoleto dentro da comunidade. Portanto, remodelar os limites da cidade e estimular a vida nas ruas tornou-se uma questão urgente para este projeto.

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Vista do corredor e do Street Life. Imagem © Fangfang Tian

Portanto, como limite do bairro, o muro da comunidade de Changwu também teve a oportunidade de se tornar um jardim linear que acomoda o cotidiano das ruas. O objetivo deste projeto consiste na regeneração e transformação de uma margem de 6 a 8 metros de largura no jardim central.

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Vista da Parte Norte, o Pergolado. Imagem© Fangfang Tian

No projeto de regeneração, um caminho em zigue-zague é inicialmente estabelecido. Este foi formado de acordo com a localização dos edifícios residenciais ao longo da rua, as árvores próximas ao muro e os nós funcionais na rua. O projeto não é apenas uma extensão do ambiente interno da comunidade, mas também uma expansão das calçadas, proporcionando pequenos jardins. Desta forma, cada espaço não só tem valor funcional, mas também entrelaça o ambiente dentro e fora dos muros, o que elimina a sensação de isolamento, tornando este muro e jardim um local central onde os residentes da comunidade e turistas podem se sentir como parte da interação no ambiente urbano.

Remiseparken / BOGL Landscape Architects

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© COAST STUDIO

Remiseparken é um surpreendente pocket park localizado em meio de um complexo de habitação social em Copenhague. Durante o outono de 2020, ele reabriu após uma renovação radical pela BOGL, onde o foco principal foi transformar o parque em um destino seguro e atraente para os residentes e outros moradores de Copenhague.

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© COAST STUDIO

A abordagem projetual visa destacar e melhorar as qualidades existentes do parque, unindo as diferentes áreas e atividades do parque. Pequenos jardins em parcelas e plantações naturais foram preservadas, enquanto o caminho linear que percorre toda a extensão do parque foi substituído por um convidativo caminho com a introdução de novas atividades. A nova circulação conecta as diferentes seções do parque para criar um grau de coerência. Em combinação com a variedade de paisagens e ambientes, isso dá ao Remiseparken uma identidade nova e distinta, como um espaço para a construção de comunidades, atividades físicas e experiências na natureza em uma área densamente construída.

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© COAST STUDIO

Pracinha Oscar Freire / Zoom Urbanismo Arquitetura e Design

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Cortesia de Zoom Urbanismo Arquitetura e Design2

Na Pracinha Oscar Freire, em São Paulo, projetada pelo escritório Zoom Urbanismo Arquitetura e Design, o projeto nasceu a partir de uma ideia de iniciativa privada para ocupar o terreno sem uso, podendo abrigar shows, food trucks e ainda oficinas destinadas ao público que diariamente passa pela rua.

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Cortesia de Zoom Urbanismo Arquitetura e Design2

A mesma ainda conta com rampa, prevendo acessibilidade, deck com mobiliário e também rede wi-fi, transformando-se em área de estudo e trabalho em espaço livre, além de bicicletário como incentivo ao uso de bicicletas pelos usuários.

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Sobre este autor
Cita: Matheus Pereira. "Pocket Parks: respiros urbanos em pequena escala" 14 Fev 2021. ArchDaily Brasil. Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/956639/pocket-parks-respiros-urbanos-em-pequena-escala> ISSN 0719-8906

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