A importância para a saúde das superfícies antibacterianas na arquitetura

Escrito por José Tomás Franco | Traduzido por Eduardo Souza
Publicado em 02 de Maio de 2020

Embora qualquer projeto arquitetônico deva garantir o bem-estar e a segurança de seus ocupantes, os espaços hospitalares devem ser especialmente saudáveis, pois serão utilizados principalmente por pessoas propensas a adoecer ou piorar sua condição inicial. Por esse motivo, seu projeto não deve apenas apoiar procedimentos médicos e permitir seu desenvolvimento em condições ideais, mas também garantir que o ambiente seja mantido estéril e limpo o tempo todo.

Como funcionam os materiais que combatem o crescimento de bactérias patogênicas? É possível melhorar a higiene e a saúde do meio ambiente sem descuidar a estética do espaço? Revisamos o caso das superfícies sólidas Krion®, amplamente utilizadas no setor de saúde, mas também em projetos residenciais, comerciais e de escritório.

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Em palavras simples, as bactérias são os microorganismos mais abundantes no planeta Terra. Elas crescem em todos os tipos de ambientes, até alguns podem sobreviver no espaço sideral. Embora a maioria das bactérias traga benefícios ao meio ambiente e aos seres humanos, existem bactérias patogênicas que causam doenças infecciosas, geralmente respiratórias, intestinais e contagiosas. Para reduzir o risco de infecção, nosso ambiente deve ser o mais anti-séptico possível, ou seja, seus materiais devem inibir a fixação de bactérias e evitar a formação de biofilmes bacterianos que podem nos deixar doentes.

As superfícies e os elementos que compõem os espaços que habitamos podem abrigar facilmente bactérias de todos os tipos, e seu nível de aderência depende diretamente de sua composição física e química. Desde os nossos próprios telefones celulares até as maçanetas das portas, nossas mesas e as áreas de manipulação de alimentos, um espaço interior está cheio de lugares bio-contaminados. E embora a lavagem e desinfecção das mãos possa ajudar de maneira eficaz, a escolha dos materiais certos pode melhorar a saúde e a higiene do local em que vivemos.

Por esse motivo, superfícies homogêneas, sem poros e com propriedades antibacterianas, são amplamente utilizadas em recintos hospitalares, onde o nível de salubridade deve ser extremo. Atualmente, no entanto, a preocupação com a qualidade ambiental dos espaços interiores abrange todos os tipos de projetos.

A superfície sólida Krion®, desenvolvida por Porcelanosa Grupo, é um material aveludado ao toque, semelhante à pedra natural, que inclui propriedades avançadas que impedem a proliferação de bactérias e fungos. É composto por dois terços do pó de alumina trihidratada-ATH (ou trihidróxido de alumínio) - de alta pureza química - e um terço dos monômeros avançados, além de outros aditivos que favorecem sua aplicação em interiores de caráter sanitário. Como é fabricado em chapas de grande formato e em figuras termoformadas, permite revestir grandes superfícies contínuas sem juntas perceptíveis, evitando a absorção de líquidos e o acúmulo de patógenos em suas junções, proporcionando uma estética limpa.

A importância para a saúde das superfícies antibacterianas na arquitetura - Imagem 7 de 15 — Hospital Universitario A Coruña (CHUAC) / CASA SOLO Arquitectos. Image Cortesía de Porcelanosa Grupo

Esse tipo de superfícies sólidas pode ser usado em paredes internas e externas e no design de móveis, como bancadas, mesas de trabalho e equipamentos para banheiros e cozinhas. Em todas essas aplicações, as superfícies podem ser facilmente limpas, resistindo efetivamente a ácidos concentrados, como ácido sulfúrico ou clorídrico, ou aos produtos químicos presentes em produtos de limpeza ou desinfetantes. No caso específico de projetos de saúde, eles podem até suportar o contato com o fluido revelador de raios-X, Coloração de Wright, o azul de metileno, a betadina, o sangue.

Há aditivos que fornecem propriedades antibacterianas aos diferentes materiais, liberando agentes químicos da superfície para atacar bactérias circulantes ou enxertando-os sobre ela para impedir a aderência de bactérias à superfície. [1] No entanto, a normativa REACH (Registro, Avaliação, Autorização e Restrição de Produtos Químicos) identificou 161 substâncias presentes em aditivos que poderiam ser considerados potencialmente prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente, como o Bisfenol A.

É importante, portanto, analisar a composição dos materiais e produtos disponíveis e preferir aqueles que apresentam propriedades antibacterianas com base em sua própria composição, como identificamos anteriormente nas superfícies Krion®. Os produtos compostos por metais intrinsecamente antibacterianos - como prata, cobre, ouro e zinco - demonstraram ser igualmente eficazes nesse sentido.

Os minerais presentes em alguns produtos podem até reagir à luz solar, permitindo que entrem em contato com a umidade e o oxigênio do ambiente. Esse processo, chamado fotocatálise, libera uma série de moléculas que podem se ligar às partículas contaminantes, gerando moléculas complexas que não prejudicam o ser humano, purificando o ar. Esse efeito também é produzido pela superfície Krion® K·Life.

Os benefícios dos materiais antibacterianos aplicam-se a todos os tipos de projetos e, devido à variedade de acabamentos, cores e texturas, são cada vez mais aplicados em interiores residenciais e até em edifícios culturais, hotéis, restaurantes e espaços públicos. Em qualquer um dos casos, sempre recomendamos investigar os componentes dos materiais e produtos especificados, dando ênfase especial a testes e ensaios científicos que garantam sua ação eficaz contra microorganismos patogênicos, de acordo com vários padrões internacionais.

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