Projetando cozinhas residenciais: dicas e soluções

Ao projetar um espaço residencial, seja através de uma nova construção ou da reforma de um espaço existente, uma casa, um refúgio ou um apartamento, certamente o espaço da cozinha pode ser o mais complexo, uma vez que carece de uma série de mobiliários com funções específicas, eletrodomésticos, pontos de elétrica e hidráulica, e sobretudo, diferentes manobras e tarefas que serão realizadas e que devem ser consideradas. 

Projetando cozinhas residenciais: dicas e soluções  - Mais Imagens+ 6

No entanto, apesar dos diferentes conceitos que este espaço ganhou nos últimos anos, indo de uma cozinha fechada simples até uma cozinha aberta americana ou cozinha bar, determinadas medidas e detalhes não se alteram. Pensando nisso, elaboramos um guia simplificado em como projetar este ambiente presente em espaços residenciais de todo o mundo e que recorrentemente gera dúvidas em arquitetos e designers de interiores, mesmo com toda a sua experiência. Veja a seguir:

Layout

Como etapa primária no desenvolvimento projetual de cozinhas, a correta definição do layout e disposição de cada uma das bancadas e eletrodomésticos é fundamental. Como regra básica, indica-se a aplicação do sistema triângulo, onde pia, fogão e geladeira são dispostos em três paredes diferentes, como um triângulo. Este alinhamento permite evitar o contato direto entre áreas quentes e frias, ao passo em que organiza as áreas por processo: preparo (pia), armazenamento (geladeira) e cocção (fogão), onde as duas primeiras devem estar próximas. Como dica, vale dizer que as pessoas devem acessar a geladeira sem necessariamente passar pelo fogão, portanto, dispor pia e geladeira próximas é fundamental.

© Maíra Acayaba

No entanto, em caso de cozinhas pequenas em espaços reduzidos, como apartamentos ou casas compactas, indica-se o sistema de cozinha linear, onde numa única parede é concentrado fogão, pia e geladeira, de modo que é sempre importante que os dois eletrodomésticos estejam em lados opostos, evitando a transmissão de calor.

Circulação

Neste ambeinte, a circulação é parte fundamental no processo, devendo ser pensada junto a definição do layout. Para isto, durante a realização do projeto, sempre pense em como será o dia-a-dia do usuário neste espaço e sobretudo, nas manobras realizadas em cada uma das áreas. Dito isto, sabemos que ergonomicamente precisamos de no mínimo 60 centímetros de largura para a circulação de uma pessoa, no entanto, não devemos se esquecer de que neste espaço, além das pessoas circulando ou trabalhando nas áreas de preparo, há a abertura de eletrodomésticos, como portas de geladeiras, freezers, fornos e máquinas lava-louças, além de portas de armários. Assim, é de extrema importância que durante o processo de projeto estas ações sejan levadas em consideração, pois em alguns casos, a circulação deverá sem ampliada.

© Ricardo Bassetti

Bancadas

No que se refere às bancadas, indica-se que a profundidade das bancadas de trabalho tenham cerca de 60 centímetros de profundidade e que a altura da pia seja entre 83 e 90 centímetros. Uma dica essencial para descobrir a altura ideal para sua bancada, é que esta tenha 5 centímetros abaixo da altura do cotovelo dobrado a 90 graus. A mesma dica vale para as bancadas de corte de alimentos, caso sua cozinha apresente ilha central.

© Pedro Napolitano Prata

É importante destacar a necessidade da implementação de rodapia de no mínimo 10 centímetros nas bancadas com áreas molhadas, evitando o contato direto da água com a parede.

Armário Superior

Para armários acima da bancada, indica-se que a base inferir tenha início a cerca de 1,40 metros, de modo que tenha cerca de 50 a 60 centímetros entre a área superior da bancada e área inferior da marcenaria elevada. Por outro lado, pensando nas manobras realizadas durante o preparo dos alimentos sobre a pia, e que as pessoas inclinam-se levemente sobre a mesma, é ideal que o armário superior esteja recuado a cerca de 30 centímetros da linha frontal da bancada.

© Nathalie Artaxo

Prateleiras

Sabemos que muitos sçao os objetos com tamanhos e funções diferentes concentrados nas cozinhas. Em relação às alturas para cada um destes, para panelas indica-se que tenham de 50 a 55 centímetros de profundidades e de 20 a 35 centímetros de altura; para louças e cristais que tenham de 30 a 35 centímetros de profundidade e de 15 a 25 centímetros de altura; já no caso de garrafas, espera-se que tenham de 40 a 45 centímetros de profundidade e cerca de 12 centímetros de altura entre elas.

© Ricardo Bassetti

Para uma pessoa com estatura média de 1,70 metros, a altura máxima para a prateleira mais alta é de 1,95 metros, pois caso mais alta, a pessoa deverá realizar um movimento sobre a ponta dos pés para alcançar os objetos. Mas, é claro que no caso de uma pessoa de estatura mais baixa, esta prateleira deverá estar abaixo disso.

Bancada para refeições

Como área destinada a alimentação, pode ter uma profundidade menor se comparada a bancada de preparo, uma vez que receberá os pratos e indica-se que tenha entre 30 e 45 centímetros de profundidade. Acerca da altura, deve-se considerar cerca de 30 centímetros entre a bancada e o assento, portanto, é importante pensar se sobre a mesma haverá o uso de cadeiras ou banquetas, variando sua altura. Caso opte-se pelo uso de banquetas, a bancada deverá ter entre 1,00 e 1,10 de altura.

© Alain Brugier

Materiais

Como uma das etapas essenciais, a escolha de materiais que irão revestir as superfícies deste espaço deve ser realizada com cauetla e baseada na durabilidade e resistência. No caso de bancadas, caso opte por pedras, granitos são mais aconselhados que mármores, uma vez que este segundo não apresenta boa resistência a líquidos, podendo absorvê-los e causar manchas em um curto tempo. Além disso, superfícies industrializadas como corian ou porcelanatos tem sido cada vez mais empregadas. Bancadas de concreto polido também são uma ótima opção, considerando a alta resistência do material a longo prazo, no entanto, é importante considerar a impermeabilização do mesmo.

© Nathalie Artaxo

Para pisos e paredes, considerando o contato com a água, além da ação de frituras e vapor, é essencial a aplicação de materiais lisos e de fácil manutenção, como é o caso de porcelanatos, porcelanas e pedras.

Iluminação

Por tratar-se de um espaço de trabalho, é importante que sobre bancadas, pias e áreas de corte e manuseio dos alimentos seja utilizado sistemas de iluminação direta, sendo aquelas em que o fluxo luminoso incide diretamente sobre uma superfície, permitindo que não haja perdas percentuais lumínica por absorção das paredes ou forro. É indicado lâmpadas de temperaturas de cor fria, acima de 5000K, uma vez que permitirão identificar com fidelidade as características e cores dos alimentos.

© Fernando Guerra | FG+SG 2

Caso deseje utilizar iluminação com temperatura de cor quente, indica-se o uso de luminárias de destaque como pendentes ou spots para destacar determinada parede ou superfície.

Galeria de Imagens

Ver tudoMostrar menos
Sobre este autor
Cita: Matheus Pereira. "Projetando cozinhas residenciais: dicas e soluções " 26 Mar 2020. ArchDaily Brasil. Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/936316/projetando-cozinhas-residenciais-dicas-e-solucoes> ISSN 0719-8906

¡Você seguiu sua primeira conta!

Você sabia?

Agora você receberá atualizações das contas que você segue! Siga seus autores, escritórios, usuários favoritos e personalize seu stream.