Uma nova Revolução Industrial? As infinitas possibilidades da impressão 3D

A Primeira Revolução Industrial aconteceu no Reino Unido no final do século 18 com a mecanização da indústria têxtil. Nas décadas seguintes, em vez de construir coisas apenas com as mãos, espalhou-se pelo mundo o uso de máquinas.

A Segunda Revolução Industrial começou nos Estados Unidos no início do século 20 com a linha de produção em série, na chamada Era da Produção em Massa.

Vivemos agora uma nova revolução na indústria, amparada pela cultura e tecnologias digitais, que tem como um de seus importantes catalisadores as impressoras 3D. E, acredite, você ainda vai ter uma. Com preços cada vez mais acessíveis, uma máquina dessas é capaz de imprimir objetos tridimensionais. A técnica mais comum é a que deposita e cola, layer a layer, grãos minúsculos de algum material, como plástico, cerâmica, vidro ou metal.

Experience #1. Image Cortesia de Guto Requena

Assim, é possível criar um objeto no computador, como uma cadeira ou um vaso, e enviar esse arquivo para uma impressora 3D, localizada em qualquer lugar do mundo, exatamente como fazemos para imprimir um documento em papel.

Essa revolução vai redefinir a lógica da indústria atual, como produção e distribuição de produtos em escala global. Será possível adquirir arquivos digitais de produtos diversos e imprimi-los na sua casa mesmo, evitando transporte intercontinental, taxações exorbitantes e pontos de venda.

Os setores de construção, arquitetura e design estarão entre os mais afetados, permitindo a confecção de formas e sistemas inimagináveis até pouco tempo.

Hoje é possível registrar uma peça de design em "copyleft" --um registro que, ao contrário do copyright, possibilita a reprodução e a distribuição--, e, assim como aconteceu com a indústria da música e de filmes, poderemos em breve copiar e remixar com facilidade edifícios, móveis e objetos, abrindo um debate acalorado sobre questões autorais.

Nóize Chair . Image © Tomek Sadurski

São fascinantes as inúmeras possibilidades criativas trazidas com essa revolução, como novas maneiras de design colaborativo. Cabe aos arquitetos e designers de hoje explorar esse novo mundo, para criar a cidade, os espaços e os objetos que queremos para amanhã.

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São Paulo, assim como tantas cidades brasileiras, possui uma arquitetura estandardizada, monótona, cinza, com sua estética definida por incorporadoras e construtoras, com baixíssimo valor arquitetônico. É claro que temos edifícios de grande relevância -entre eles, os clássicos do centro histórico, como o edifício Martinelli, os exemplares modernos de Rino Levi e Artacho Jurado, em Higienópolis, e os experimentos contemporâneos na Vila Madalena, assinados por Isay Weinfeld e a Triptyque.

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Entre as imagens que circularam das manifestações nos últimos anos na avenida Paulista, no centro de São Paulo, certamente as mais recorrentes tinham como pano de fundo o icônico edifício da Fiesp-Ciesp-Sesi, de 1979, do arquiteto Rino Levi, que oportunamente estampava a bandeira do Brasil.

Sobre este autor
Cita: Guto Requena. "Uma nova Revolução Industrial? As infinitas possibilidades da impressão 3D " 05 Jun 2018. ArchDaily Brasil. Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/895774/uma-nova-revolucao-industrial-as-infinitas-possibilidades-da-impressao-3d> ISSN 0719-8906

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