Lançamento da publicação “Ó: Caminho, estrada, avenida”

O arquiteto e artista gráfico Gilberto Tomé faz o lançamento da publicação “Ó: Caminho, Estrada, Avenida” no dia 17 de fevereiro de 2018, das 11h às 20h, na rua Carijós nº 260 (esquina com Avenida Santa Marina), em um galpão que fica ao lado da Estação Água Branca da CPTM (Linha 7 Rubi).

O trabalho também será exposto dentro da estação, com as imagens coladas como cartazes [lambe-lambe] ao longo das plataformas de embarque e desembarque. A exposição na Estação Água Branca, que terá o mesmo nome da publicação, permanecerá até 24 de março de 2018. A proposta de se trabalhar um livro com a linguagem do cartaz de rua implicou naturalmente nesses dois formatos de apresentação, em lugares públicos e de fácil acesso. Haverá uma programação de atividades nesse período que inclui caminhada gráfica, oficina aberta de desenho e roda de conversa.

O projeto
“Ó: Caminho, Estrada, Avenida” é um livro de artista concebido e produzido por Gilberto Tomé, arquiteto e artista gráfico que vem realizando pesquisas e trabalhos sobre a transformação da paisagem paulistana. Nesse projeto, o tema é a Avenida Santa Marina, a mais antiga via de ligação entre as regiões da Água Branca e da Freguesia do Ó, cujas origens remontam ao século XVII. Através deste exemplo, pretende-se evidenciar que muitos caminhos ancestrais compõem nossos trajetos contemporâneos pela cidade. E que eles podem nos mostrar mais paisagens do que acreditamos ver.

Chamada de “livro-cartaz”, a publicação reúne imagens ampliadas em grande formato (90 x 60 cm) como cartazes, agrupadas em sequência formando um caderno sem costuras. Fotos atuais da região realizadas por Gilberto são justapostas a outras, históricas, pesquisadas por ele em acervos públicos e particulares, somando ao todo 30 imagens.

O projeto foi selecionado pela Secretaria de Estado da Cultura por meio do Programa de Ação Cultural (Proac), em edital voltado a livros de artista, sendo uma realização do Governo de São Paulo.

Programação completa
Paralelamente à exposição “Ó: Caminho, Estrada, Avenida” que acontecerá dentro da Estação Água Branca, entre 17 de fevereiro e 24 de março de 2018, serão desenvolvidas atividades no galpão da Rua Carijós nº 260 (vizinho à estação), conforme a programação abaixo. Todas as atividades são abertas ao público, gratuitas e sem necessidade de inscrição prévia.

Lançamento do livro de artista,
abertura de exposição na estação e vídeo
17 de fevereiro de 2018 [sáb, 11h às 20h]
Lançamento da publicação “Ó: Caminho, Estrada, Avenida”, de Gilberto Tomé, com apresentação de fotos, desenhos e outras imagens referentes à pesquisa e desenvolvimento do projeto. Ao mesmo tempo, abre-se também uma exposição dessa publicação na estação Água Branca da CPTM, linha 7 Rubi.
18h - Apresentação do vídeo “Linhas e Passagens” de Lívia Escobar Gabbai, realizado a partir das Caminhadas Gráficas nº 1 e 2, que aconteceram durante o período de elaboração do projeto “Ó: Caminho, Estrada, Avenida”.

Caminhada gráfica
24 de fevereiro de 2018 [sáb, 10h às 13h]
Caminhada Gráfica nº 3, com Gilberto Tomé. A “caminhada gráfica” é um percurso de aproximadamente 5 km, que vai do começo da Avenida Santa Marina até o Largo de Nossa Senhora do Ó, na Freguesia do Ó, com a intenção de desenhar e fotografar a paisagem, ou simplesmente observá-la. Durante a fase de pesquisa da publicação foram realizadas duas outras caminhadas abertas ao público com essas mesmas características.

Oficinas abertas de desenho
1, 8 e 15 de março de 2018 [quintas-feiras, 15h às 18h]
Oficinas abertas de desenho, com Gilberto Tomé – “Desenhar a rua, desenhar na rua” –, abertas ao público, sem necessidade de prévia inscrição.

Exposições de um dia
10 de março de 2018 [sáb, 11h às 16h]
Exposição de um dia – ”Cortes, matrizes e estampas”, gravuras de Paula Escobar Gabbai – com trabalhos que se relacionam com o tema da paisagem da cidade de São Paulo.

17 de março de 2018 [sáb, 11h às 16h]
Exposição de um dia – ”Olhares outros” – com fotos, desenhos e imagens de Danilo de Paulo, Rose Steinmetz, James Conway, Paula Janovitch e Renato Hofer realizados a partir das Caminhadas Gráficas nº 1 e 2, que aconteceram durante o período de elaboração do projeto “Ó: Caminho, Estrada, Avenida”;

Roda de conversa sobre projetos urbanísticos
na Água Branca e a paisagem da Freguesia do Ó
24 de março de 2018 [sáb, 11h às 13h]
roda de conversa com o arquiteto Paulo Barbosa, a respeito de projetos urbanísticos relacionados à Operação Urbana Consorciada Água Branca e com Leandro Silva, sobre a paisagem como patrimônio imaterial da Freguesia do Ó.

Contexto histórico da avenida santa marina
A avenida Santa Marina não é muito conhecida atualmente por ser uma avenida sem saída para trânsito de veículos. A apenas uma quadra de seu início (no bairro da Água Branca, no ponto em que também começa a movimentada Rua Guaicurus) ela é cortada pela linha 8 Diamante da CPTM, havendo aí somente uma passarela para travessia de pedestres. Mais uma quadra e logo é também cortada pela linha 7 Rubi, mas existe aí passagem de nível que permite o trânsito de pedestres e veículos, sujeito aos movimentos de sobe-desce da cancela, conforme a aproximação dos trens, avisada pelos apitos dos vigias e pelo gongo metálico típico das sinaleiras ferroviárias. Neste cruzamento se localiza também o acesso para a Estação Água Branca, que existe como parada desde a implantação da ferrovia (a antiga linha Santos-Jundiaí da São Paulo Railway) no século XIX. A avenida se conecta para trânsito de veículos com as avenidas Ermano Marchetti e Marquês de São Vicente, que a cruzam.

A origem da avenida Santa Marina está ligada à ocupação do território paulistano. Na São Paulo seiscentista, o bandeirante Manuel Preto, tendo recebido glebas de terra a noroeste do centro da vila de Piratininga, e a pedido de sua mulher Águeda Rodrigues, ergueu ali uma capela, sobre morro mais elevado, em louvor à Nossa Senhora da Expectação. Era a origem do atual bairro da Freguesia do Ó.

Inicialmente, o acesso se fazia sobretudo por barcos pelo rio Anhembi – como era então conhecido este trecho do Tietê –, mas com o tempo um caminho foi se estabelecendo, cortando a ampla e alagadiça várzea, unindo a região da Freguesia à Água Branca.

Esse primeiro eixo de ligação, em sua origem considerado como caminho de Manuel Preto, aparece nos mapeamentos da cidade no século XIX, como Estrada de Nossa Senhora do Ó. Somente em 1912, a estrada é renomeada como Avenida Santa Marina, denominação dada em homenagem à filha Marina do conselheiro Antonio Prado, presidente da Vidraria Santa Marina, fábrica que ali se instalou na última década do século XIX, em terreno vizinho à Estação Água Branca da São Paulo Railway.

Na década de 1950, sendo construída em concreto armado a nova ponte da Freguesia do Ó, a antiga ponte de madeira que situava-se no eixo da Avenida Santa Marina foi desmontada. Permanece hoje, como vestígio curioso dessa antiga ligação, a continuidade do nome da Avenida Santa Marina, tanto no bairro da Água Branca, quanto no da Freguesia do Ó, do outro lado do rio.

E, neste século XXI, mudanças importantes estão previstas para a Avenida Santa Marina: em seus subterrâneos, ao longo de seu eixo, se desenvolverá a Linha 6 Laranja do Metrô, unindo a Vila Brasilândia ao bairro da Liberdade. E as intervenções da Operação Urbana Consorciada Água Branca – plano urbanístico que propõe melhorias no sistema de circulação e mobilidade, de áreas verdes e adensamento populacional – prevê a sua ligação também subterrânea com a avenida Auro Soares de Moura Andrade.

Sobre Gilberto Tomé
Formado na FAU USP em 1992, vem trabalhando com artes visuais, dedicando-se particularmente ao desenho e aos diversos sistemas de reprodução de imagens, da xilogravura ao digital. Seus trabalhos vinculam-se fortemente à sua atuação como designer em seu estúdio Fonte onde, desde 1996, desenvolve projetos gráficos de livros e outras publicações culturais, como o Mapa das Artes. Em seu ateliê-editora, Gráficafábrica, edita tiragens de livros artesanais. Um de seus trabalhos, o “Livrocidade Água Preta” – livro composto por cartazes de rua – foi apresentado no Itaú Cultural (Cidade Gráfica, 2014) e mostrado como acervo da Livraria Madalena no evento Paris Photo (2015 e 2016). Em 2016, apresenta a exposição “Cartaz Livro Lugar” no Espaço Madalena, São Paulo, e também a instalação “Guaiaó de Todos os Santos” no Valongo Festival Internacional da Imagem, em Santos, SP. Em 2017, o “Livrocidade Água Preta” participa da exposição “Antilogias”, na Pinacoteca do Estado, passando a integrar seu acervo.

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Cita: "Lançamento da publicação “Ó: Caminho, estrada, avenida” " 16 Fev 2018. ArchDaily Brasil. Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/889180/lancamento-da-publicacao-caminho-estrada-avenida> ISSN 0719-8906

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