Stadium, liderado por Alejandra Celedón, representará o Chile na Bienal de Veneza 2018

Em 29 de setembro de 1979, 40 mil famílias de toda Santiago preencheram as arquibancadas do Estádio Nacional, não para um evento esportivo ou cultural, mas para assinar os documentos que os transformariam em proprietários. Esse fato é o ponto de partida de Stadium, proposta vencedora do pavilhão chileno na Bienal de Veneza de 2018.

A arquiteta Alejandra Celedón será a curadora da equipe escolhida entre os anunciados pré selecionados pela Área de Arquitetura do Conselho Nacional de Cultura e Artes em outubro do ano passado. Através de uma proposta tripla - direção arquitetônica, gráfica e artística - o projeto teve que oferecer uma resposta original à "Freespace", temática apresentada pelos diretores da 16ª edição da Bienal de Veneza, Yvinne Farrell e Shelley McNamara.

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Planta original del evento en 1979. Image Cortesía de Consejo Nacional de la Cultura y las Artes

O júri de avaliação e seleção foi composto por Eva Franch, diretora da galeria Storefront for Art and Architecture de Nova Iorque e curadora do pavilhão dos Estados Unidos na Bienal de Veneza em 2014; Andrés Jaque, fundador do Office for Political Innovation e ganhador do Leão de Prata - o melhor projeto de investigação na Bienal de Veneza de 2014; Juan Román, decano da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Talca e curador do pavilhão do Chile na 15° Bienal de Arquitetura de Veneza em 2016; Rodrigo Pérez de Arce, mestre e doutor em arquitetura; Enrique Walker, diretor do Master of Science Program in Advanced Architectural Design na Universidade de Columbia em Nova York; Edward Rojas, Prêmio Nacional de Arquitetura 2016; e Smiljan Radic, autor do pavilhão do Serpentine Gallery em 2014. O Concurso foi dirigido por Cristóbal Molina, Coordenador da Área de Arquitetura do Conselho de Cultura e Artes do Chile.

Memorial: O pavilhão chileno da Bienal de Veneza recria, revisita e atualiza um evento em que o Estádio Nacional do Chile foi por um dia um edifício e uma cidade: em 29 de setembro de 1979, preencheram suas arquibancadas 40 mil famílias (250 mil pessoas) de toda a cidade de Santiago, não para um evento esportivo, cultural ou religioso, mas para assinar os documentos que os transformariam de inquilinos em proprietários. Alguns dias antes, um folheto com a lista de pessoas convocadas circulava junto à planta do estádio, ao mesmo tempo que era um diagrama e uma procuração de toda a cidade.

Tanto a proposta de curadoria quanto o projeto do pavilhão são originários desse desenho especialmente preparado pela SERVIU para esse evento, em que, em vez de arquibancadas, a geometria oval é redigida pelo layout de vinte comunas da cidade, individualizadas em centenas de bairros, vilas e aldeias que movem o observador desse centro no município de Ñuñoa, para múltiplas periferias distantes e diferentes.

Contratapa de la planta original del evento en 1979. Image Cortesía de Consejo Nacional de la Cultura y las Artes

O pavilhão atualiza esta planta. A exposição recria esta planta no auge da vista, onde cada setor da população-coliseu é extruído como um bloco seguindo a trama do fragmento da cidade a partir do qual vem, a quilômetros de distância. Os blocos de moradia feitos de argila cozida, como os tijolos que constroem-nos, são suspensos do teto da sala, reconstruindo o perímetro da cidade-estado. Por um lado, o pavilhão celebra a condição de espaço livre do edifício, ao relatar três estados do Estádio e as possibilidades de realizar eventos tão diversos como eventos esportivos, políticos, religiosos ou de espetáculos e, por outro, revela e problematiza as consequências que a retórica do freespace significou para a cidade: a naturalização da lógica da propriedade privada, a liberalização da terra, a desregulamentação e atomização da habitação, que se celebraram massivamente naquele dia, um estádio cheio.

Alejandra Celedón é arquiteta graduada pela Universidade do Chile, mestre em Estudos Avançados em Arquitetura por The Bartlett, University College London e doutora em História e Teoria da Arquitetura pela The Architectural Association School of Architecture. Sua tese de doutorado, "Retóricas do Plano", estuda a relação entre desenhos e palavras, entre objetos e discursos, discutindo como o significado instável da planta ao longo do tempo registrou e desencadeou mudanças disciplinares.

Curadora: Alejandra Celedón
Curadora de conteúdos: Stephannie Fell
Projeto do pavilhão: Tomás Villalón, Leonardo Quinteros
Proposta gráfica: Kathryn Gillmore
Proposta audiovisual: Javier Correa

Agradecimentos ao Conselho Nacional da Cultura e das Artes.

Logo oficial. Image Cortesía de Consejo Nacional de la Cultura y las Artes
Afiche. Image Cortesía de Consejo Nacional de la Cultura y las Artes
Afiche. Image Cortesía de Consejo Nacional de la Cultura y las Artes
Afiche. Image Cortesía de Consejo Nacional de la Cultura y las Artes
Sobre este autor
Cita: Valencia, Nicolás. "Stadium, liderado por Alejandra Celedón, representará o Chile na Bienal de Veneza 2018" [Stadium, liderado por Alejandra Celedón, representará a Chile en la Bienal de Venecia 2018] 17 Nov 2017. ArchDaily Brasil. (Trad. Pereira, Matheus) Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/883510/stadium-liderado-por-alejandra-celedon-representara-o-chile-na-bienal-de-veneza-2018> ISSN 0719-8906

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