
-
Arquitetos: Feilden Clegg Bradley Studios, Shatotto
- Área: 40000 m²
- Ano: 2022

Descrição enviada pela equipe de projeto. A Aga Khan Academy em Dhaka, concebida em colaboração entre o escritório SHATOTTO – architecture for green living – e o Feilden Clegg Bradley Studios (FCBS), é informada pelas tipologias das antigas Mahaviharas budistas, reinterpretando seus princípios arquitetônicos e filosóficos no contexto contemporâneo.


Implantada em um terreno de 74.150 m² adjacente a uma via arterial de Dhaka, a proposta busca configurar um pulmão verde dentro da malha urbana densa. A composição volumétrica em alvenaria de tijolo aparente dialoga com as condicionantes climáticas do ambiente tropical, permitindo a ventilação cruzada no verão e o ganho solar passivo no inverno, contribuindo para a eficiência térmica do conjunto.

O Maidan — espaço vazio central — atua como o genius loci do campus. Derivado das Mahaviharas, ele organiza a espacialidade do conjunto, funcionando como elemento estruturante da implantação. Os pátios periféricos operam como transições graduais entre o Maidan e os ambientes internos, mediando a relação entre o espaço coletivo e os núcleos pedagógicos. A espacialidade interna privilegia o conforto ambiental por meio da iluminação e ventilação naturais, promovendo ambientes de aprendizagem saudáveis e sustentáveis.




A disposição dos pátios permite a setorização por faixas etárias. O pátio dos alunos do ensino médio, por exemplo, é sombreado por árvores, promovendo áreas para permanência e socialização em grupo. Em contraponto, o pátio de assembleias junto ao bloco acadêmico foi intencionalmente esvaziado de elementos, preservando apenas quatro árvores, o que reforça sua função cerimonial e contemplativa.


Referências simbólicas também foram incorporadas: segundo a tradição local, o nome Dhaka tem origem nas árvores Dhaak, inspiração que orienta a abordagem pedagógica baseada na relação entre natureza e conhecimento. O pátio central foi projetado para receber grandes reuniões e incorpora um anfiteatro em torno de uma depressão arenosa que retém água após chuvas intensas, configurando um espaço lúdico que reforça a conexão sensorial dos usuários com os ciclos naturais.
