Explorando as implicações culturais e políticas dos edifícios brutalistas na Paris moderna

Brutalist Paris de Nigel Green e Robin Wilson é um livro que expande o trabalho anterior da dupla, o Brutalist Paris Map (2017). A crítica perspicaz do texto e a fotografia aguçada fornecem um exame detalhado do significado histórico, político e cultural do brutalismo, com ênfase em seu design comunitário inovador. Através de uma análise meticulosa dos espaços públicos dos edifícios selecionados, incluindo sua orientação, materiais e fachadas, Green e Wilson revisitam o legado do movimento e sua contribuição para o campo da arquitetura.

A publicação é dividida em capítulos organizados espacialmente, correspondentes às quatro regiões geográficas de Paris - Centro, Sudoeste e Oeste, Norte, Leste e Sudeste - cada uma destacando diferentes aspectos da arquitetura brutalista prevalente em cada área. Essas seções são complementadas por um ensaio em sete partes que explora a ocupação do movimento na periferia da cidade, bem como suas infraestruturas políticas e ideológicas, suas colaborações internacionais e seus projetos experimentais durante o pós-guerra. Essa organização oferece uma análise abrangente do brutalismo em Paris, um recurso essencial para qualquer pessoa interessada na história do movimento e em seu impacto na arquitetura da cidade.

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Cité Les Longs Sillons por Atelier Iwona Buczkowska. Imagem © Nigel Green / Photolanguage
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Escola de Arquitetura de Nanterre por Jacques Kalisz e Roger Salem. Imagem © Nigel Green / Photolanguage

A seleção de projetos apresentados proporciona uma visão geral ampla da arquitetura brutalista, incluindo uma variedade de escalas e programas. Esses projetos apresentam alguns das mais renomadas sedes brutalistas, como a Sede da Conferência da UNESCO (1958) projetada por Marcel Breuer, Pier Luigi Nervi e Bernard Zehrfuss, e o escritório principal do Partido Comunista (1980) por Oscar Niemeyer, Paul Chemetov, Jean Deroche e Jean Prouvé. Além desses marcos, o livro também inclui projetos habitacionais notáveis, como a Cité Rateau (1984) de Jean Renaudie, e a Cité de la Maladrerie (1986) e o Edifício Spinoza (1973), ambos de Renée Gailhoustet. A coleção também apresenta instalações esportivas e recreativas como o Ginásio Jules La Doumègue (1972) de Jean Peccoux e projetos arquitetônicos com uma relação próxima com a paisagem, como o Cemitério Intercomunal de Robert Auzelle e Ivan Jankovic (1956).

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Sede do Partido Comunista por Oscar Niemeyer, Paul Chemetov, Jean Deroche e Jean Prouvé. Imagem © Nigel Green / Photolanguage
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Spinoza Building by Renèe Gailhoustet. Imagem © Nigel Green / Photolanguage
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Cité Rateau de Jean Renaudie / arquiteto principal do Atelier Renaudie, Hugues Marcucci. Imagem © Nigel Green / Photolanguage

Os autores do livro vão além da atenção estética contemporânea que o brutalismo tem recebido nos últimos anos. Eles analisam a evolução das definições do estilo, examinam a relação entre os projetos e o local/paisagem, e exploram conceitos programáticos e de design experimentais que o movimento oferece para as preocupações arquitetônicas contemporâneas. Por meio de sua análise, Wilson e Green desvendam a complexidade da arquitetura Brutalista, fornecendo valiosas perspectivas sobre a duradoura significância do movimento.

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Cemitério Intercomunitário de Robert Auzelle e Ivan Jankovic. Imagem © Nigel Green / Photolanguage
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O Centro Administrativo de Pantin por Jaques Kalisz e Jean Perrottet. Imagem © Nigel Green / Photolanguage

Embora o uso de imagens coloridas possa ter fornecido uma representação mais autêntica e sem filtro do caráter e da crueza de cada edifício, a fotografia de alto contraste em preto e branco (utilizada no livro) captura efetivamente as texturas, ângulos e detalhes exteriores de cada projeto. Além disso, as notas de campo que acompanham as fotografias oferecem perspectivas alternativas sobre o ambiente e os arredores do edifício. Ao adotar uma perspectiva etnográfica, essas notas fornecem uma compreensão mais profunda da composição da estrutura, dos materiais e das condições climáticas, ajudando os leitores a visualizar o contexto do edifício.

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Cité de la Maladrerie de Renée Gailhoustet. Imagem © Nigel Green / Photolanguage

Como o primeiro guia em língua inglesa sobre o brutalismo em Paris, o livro apresenta a uma audiência mais ampla as dimensões sociais e políticas desse estilo arquitetônico. Por meio de uma habilidosa combinação de texto e imagens, os autores fornecem uma exposição informativa e crítica da história do brutalismo e de sua duradoura significância na cena arquitetônica da capital francesa. Além disso, eles destacam como o brutalismo facilitou a criação de novas comunidades e influenciou o discurso político na cidade. Ao adotar essa abordagem, eles demonstram a relevância contínua do movimento no ambiente construído contemporâneo e seu potencial para moldar futuras paisagens.

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Ginásio Jules Ladoumègue por Jean Peccoux e engenheiro Robert Lourdin. Imagem © Nigel Green / Photolanguage

Brutalist Paris é um trabalho colaborativo do historiador da arquitetura Dr. Robin Wilson e o fotógrafo Dr. Nigel Green. O livro, publicado pela Black Crow Media, está previsto para ser lançado em 27 de abril de 2023 e estará disponível para compra on-line.

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Patinoire de Saint-Ouen de Paul Chemetov e Mateï Beldiman. Imagem © Robin Wilson / Photolanguage

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Sobre este autor
Cita: Santibañez, Danae. "Explorando as implicações culturais e políticas dos edifícios brutalistas na Paris moderna" [Exploring the Cultural and Political Implications of Brutalist Buildings in Modern Paris] 21 Mai 2023. ArchDaily Brasil. (Trad. Simões, Diogo) Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/1000132/explorando-as-implicacoes-culturais-e-politicas-dos-edificios-brutalistas-na-paris-moderna> ISSN 0719-8906

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