Londres 2012: o Projeto para os Jogos Olímpicos mais “verde” da história

Os Jogos Olímpicos de Londres 2012 começaram oficialmente na semana passada, e ainda que as cerimônias de abertura e encerramento não deverão ser as mais espetaculares já vistas, foi imposto outro desafio: tornar-se os Jogos Olímpicos mais verde da história.

As metas propostas são reduzir em até 30% as emissões de carbono durante os 17 dias de disputas, continuando com o plano de redução de CO2 depois de seu término; gerenciar os resíduos alimentares; economia considerável de energia e que 20% dela provenha de fontes renováveis, entre outras metas.

Para isso, criou-se em 2007 a Comissão para Londres mais Sustentável 2012, com o intuito de que o conceito de sustentabilidade fosse incorporado desde a primeira etapa de projeto dos Jogos.

Os relatórios de Sustentabilidade dos Jogos Olímpicos estão baseados no padrão internacional GRI (Global Reporting Initiative) que permitiram o seguimento do Plano, para aqueles que quiserem monitorar se os objetivos foram alcançados ao final dos Jogos.

Vista aérea

 

Edifícios reutilizáveis e construídos a partir de reciclagem

Muitas das estruturas construídas são temporárias, o que permite economia de recursos, e que seus componentes possam ser reutilizados ao fim das atividades.

Por exemplo, parte do teto do Estádio Olímpico foi construída com tubos de gás reciclados, assim como em outras obras reciclou-se concreto e cimento,permitindo reduzir em 30% as emissões de carbono com a reutilização de materiais. A madeira utilizada é 100% certificada com PEFC.

O Centro Aquático de Zaha Hadid conta com reutilização da água que sobra da limpeza dos filtros da piscina para limpeza dos banheiros. Os sanitários em todos os edifícios não requerem água e as duchas e lavatórios têm fluxo reduzido de água.

Além disso, removeram-se 1 milhão e 300 mil toneladas de lixo no localonde o Parque Olímpico foi erguido, uma das zonas mais degradadas da cidade. 95% do que foi removido, utilizou-se para construção de novos edifícios.

Gestão de resíduos alimentares

Toda a alimentação dos participantes é fornecida por uma única empresa, que deve seguir critérios rigorosos. A comida está embalada com códigos de cores que facilitam sua reciclagem nos containers dispostos. Os atletas e espectadores serão incentivados a reciclar constantemente.

Economia de energia

Foi estabelecido um plano ambicioso de economia de energia, em que 20% dela deva ser proveniente de fontes renováveis. O projeto do Velódromo, por exemplo, conta com ventilação natural e iluminação estrategicamente localizada. Estima-se que apenas em 14% de todas as construções necessitaram de ar condicionado.

General Eletric (GE) é o sócio sustentável, eleito pelos organizadores, que visa promover mudanças que vão além das Olimpíadas, na comunidade local.

Criação de áreas verdes

Cerca de mil árvores foram trazidas de todo o país e transplantadas para formar espaços verdes no parque e mais de 300.000 plantas foram levadas para converter as zonas úmidas do maior rio da Grã-Bretanha.

Entre o Centro Aquático e o Estádio Olímpico existe uma área de jardins com mais de 250 espécies de plantas, árvores, arbustos e ervas.

Além disso, 5 km de vias fluviais foram reabilitadas, 15.000 m2 de telhados verdes foram instalados na Vila Olímpica, no Centro Aquático, Eaton Manor e o Centro de Imprensa.

Na cidade foi criada uma frota de táxis híbridos e é impossível chegar à zona olímpica de automóvel, uma vez que não existem estacionamentos públicos, fomentando o uso de transporte público e bicicleta.

 

 

 

Sobre este autor
Cita: Eduardo Souza. "Londres 2012: o Projeto para os Jogos Olímpicos mais “verde” da história" 04 Ago 2012. ArchDaily Brasil. Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/01-62602/londres-2012-o-projeto-para-os-jogos-olimpicos-mais-verde-da-historia> ISSN 0719-8906

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