Casa LYP / Estudio BaBo

O projeto está localizado num terreno de esquina do tradicional Clube de Campo de Pilar, província de Buenos Aires, Argentina. Apesar da uniformidade que este tipo de loteamento geralmente apresenta, o lote proporciona algumas particularidades que vão além da sua posição de esquina, que são relevantes dentro do partido do projeto. Em um de seus lados está o Clube, de modo que é encontrada no fundo do lote uma cerca dupla de 2,5m de altura completamente coberta pela vegetação; Do outro lado, cruzando a calçada é visível uma praça pública, das poucas existentes na urbanização.

© Curro Palacios Taberner

O pedido dos clientes exige do projeto a construção de uma residência isolada para uma família de três integrantes. A casa é pensada para ser utilizada principalmente nos fins de semana e durante o verão, no entanto não pode ser descartada a possibilidade desta virar a “primeira residência”, fato pelo qual o programa não pode ser observado exclusivamente como uma casa de férias. Portanto, são estabelecidos os seguintes ambientes: uma primeira área principal, com um hall de entrada, estar, copa, toillete, galeria e dormitórios para hóspedes; na continuação, uma área privada com uma suíte e dois dormitórios com um banheiro compartilhado. Por fim, área de serviço, com um quarto e banheiro, e um playroom informal. O cliente também deseja minimizar as transições entre estas diferentes áreas e dar prioridades aos ambientes mais sociais da habitação, enfatizando a relação interior-exterior através de uma relação fluida e de trocas entre estes espaços.

Planta térreo

A consideração destas variáveis leva a uma peça linear que abarca toda a dimensão longitudinal do lote. O volume é implantando na frente, liberando assim a maior quantidade de terreno possível para o jardim, que fica orientado completamente para o norte/noroeste, assim como os espaços principais da casa. Logo, a casa passa a ser interpretada como um filtro entre a rua principal de acesso e o jardim, estabelecendo diferentes gradientes de transparência, desde a galeria de passagem que vincula diretamente e abertamente os dois ambientes, até a negação desta relação no pavilhão das visitas (onde é estabelecido um vínculo no sentido perpendicular).

© Curro Palacios Taberner

Uma vez decidida a implantação do volume no terreno, são tomadas as decisões que vinculam as três grandes áreas do programa através de meios níveis conectando a área social e a íntima com uma rampa escalonada, de maneira direta e fluida. Este recurso possibilita gerar uma altura e aproveitar a maior extensão da rampa para locar abaixo dela parte da área de serviço. No outro extremo da galeria de passagem, o pavilhão de visitas retorna à altura simples, gerando assim uma entrada de luz no espaço. Do lado oposto, a leste, o estacionamento e o playroom ficam semienterrados (como o resto da área de serviço), filtrando a relação com o jardim e estabelecendo outra qualidade relacional com a rua.

Corte

A implantação destes meios níveis para resolver o programa reflete na resolução construtiva do volume. A fachada é dividida no sentido horizontal em função das alturas interiores, das soleiras e do tamanho das janelas. As três partes resultantes se articulam tectonicamente entre elas, gerando relações de tensão e jogos de volume.

© Curro Palacios Taberner

Para aderir à lógica apresentada, são dispensados os pontos de apoio intermediários (colunas), uma vez que as paredes passam a ser consideradas como elementos estruturais, de concreto armado, que permitem cobrir os grandes vãos propostos. A paleta de materiais se limita ao concreto estrutural pintado de branco, carpintarias de alumínio branco, vidros duplos e estrutura de ripas de madeira e telas necessárias. Para os interiores (todas as paredes são duplas com isolamento), gesso para os paramentos verticais, granito para o piso do térreo e tabuas de guatambu para o pavimento superior. Os tetos permanecem em concreto, pintados de branco.

© Curro Palacios Taberner

Conceber o processo projetual como um desenvolvimento discursivo linear, onde são estabelecidas relações de causa e efeito muito diretas entre as problemáticas do programa ou sugestões concretos do entorno e as resoluções formais adotadas. Entender e trabalhar a secção como plano gerador e aprofundar o conhecimento da técnica do concreto armado desde seu planejamento conceitual até os detalhes de sua execução.

© Curro Palacios Taberner

Ficha técnica:

  • Arquitetos:Estudio BaBo
  • Ano: 2011
  • Área construída: 265 m²
  • Área do terreno: 1450 m²
  • Endereço: Pilar Província de Buenos Aires Argentina
  • Tipo de projeto: Residencial
  • Status:Construído
  • Materialidade: Concreto
  • Estrutura: Concreto
  • Implantação no terreno: Isolado

Equipe:

  1. Equipe: Francisco Kocourek, Francesc Planas Penadés, Marit Haugen Stabell
  2. Colaboradores: Marcos Buceta, Marco Fumagalli

Informação Complementar:

  1. Construção: DAC S.A.
  2. Cálculo Estrutural e instalações: Eng. Carlos Calissano

Sobre este escritório
Cita: Victor Delaqua. "Casa LYP / Estudio BaBo" 30 Jul 2012. ArchDaily Brasil. Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/01-61709/casa-lyp-estudio-babo> ISSN 0719-8906

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