Janet Echelman Remodelando o Espaço Aéreo Urbano Mundo Afora

Inspirada pela cultura e pelos materiais locais de Mahabalipuram, uma aldeia de pescadores na Índia famosa por suas esculturas, a artista americana Janet Echelman se deparou com um material que iria mudar a sua arte, e vida, para sempre. Uma noite, enquanto observava a rotina dos pescadores de dobrar suas redes, Echelman imaginou um novo tipo de escultura – uma forma volumétrica que poderia ser da escala de um prédio mas mantendo-se suficientemente leve para ondular ao vento, constantemente remodelando a rede e criando padrões em constante mudança.

Com uma mistura sofisticada de artesanato ancião e tecnologia moderna, Echelman colabora com uma gama de profissionais, incluindo engenheiros mecânicos e aeronáuticos, arquitetos, lighting designers, paisagistas e construtores, para transformar ambientes urbanos em todo o mundo com suas esculturas líquidas.

Veja alguns dos mais famosos projetos de Echelman. 

She Changes , 2005 – Porto, Portugal

© Janet Echelman

Usando cores e materiais para invocar a memória da história do local como um centro pesqueiro e industrial, essa tridimensional rede com múltiplas camadas flutua sobre Cidade Salvador Plaza. Este trabalho é creditado como a primeira escultura pública monumental permanente a usar um conjunto inteiramente macio e flexível de membranas que se movem com fluidez no vento. O trabalho lança desenhos de sombra cinemáticos no chão, ressaltando ainda mais a “coreografia do vento”. A cidade fez da escultura seu símbolo gráfico. Quando entrevistados, a população da diferentes interpretações do trabalho, de redes de pesca, barcos e mastros da história marítima portuguesa, as chaminés listradas em vermelho e branco do passado industrial da área, a renda portuguesa, criaturas do mar e ondulações na água.

Três postes de aço, que variam em altura de 25 a 50 metros, são pintadas com listras vermelhas para referenciar chaminés e faróis das redondezas. Estes postes suportam um anel de aço de 20 toneladas, com 45 metros de diâmetro, a partir do qual a rede pesando cerca de uma tonelada está suspensa. O anel saúda o o oceano em uma inclinação, variando de 13,5 metros do chão no ponto mais baixo e 27 metros no máximo. A referência a chaminé continua através das listras vermelhas e brancas da rede.

A rede é composta de 36 seções de malha individuais em diferentes densidades, unidas à mão por todos os lados gerando uma forma com múltiplas camadas. O material da rede é uma fibra de uso arquitetônico chamada Tenara, uma fibra 100% resistente aos raios UV, de cores firmes feitas de PTFE (Politetrafluoretileno), a substância mais amplamente conhecida como a superfície o anti aderente de panelas Teflon.

Her Secret Is Patience, 2009 – Phoenix, AZ

© Janet Echelman

Esse projeto torna possível para o olho humano ver os padrões dos ventos do deserto. Durante o dia, a luz do sol projeta desenhos de padrões de sombras sobre o chão e os pedestres nos seus trajetos diários. A noite, a iluminação colorida gradualmente muda de cor com as estações. A grande forma tridimensional com múltiplas camadas é criada pela combinação de costura à mão e por máquina do poliéster reciclado colorido de alta tenacidade que é substituído por novas variações de cores em intervalos.

A escultura é composta de aço galvanizado pintado e cabos, mudando conjuntos de redes trançadas de fio reciclável de poliéster de alta tenacidade e iluminação colorida com programada por computador.

Tsunami 1.26, 2011 – Sydney, Australia

© Janet Echelman

Tsunami 1.26, uma instalação de renda aérea, foi inspirado no terremoto do Chile de 2010, seguido de tsunami e pelo encurtamento do dia de 1,26 microsegundo do dia que resultou da redestribuiçnao da massa da Terra do terremoto. Ao meditar sobre este epifenômeno, o trabalho ressalta a interdependência dos sistemas da Terra e a comunidade global. Ele pede aos espectadores para fazer uma pausa e considerar o maior tecido do qual são parte.

Studio Echelman gerou um modelo 3D do Tsunami usando dados do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa e do NOAA Centro para Pesquisa dos Tsunami e depois usou programas para transformar um contorno da área de maior amplitude em uma forma escultural. Além disso, o Studio criou modelos atados à mão para alcançar o formato complexo da peça.

Este obra utiliza Spectra, um material 15 vezes mais forte que o aço, por peso. A malha é costurada por uma máquina, a fim de resistir a ventos, mas é projetado para refletir a complexidade da renda feita à mão.

1.26, 2010 – Denver, CO

© Janet Echelman

Projeto Escultural 1.26 na Bienal das Américas - 6 de julho-6 de agosto de 2010 - Horário de iluminação: 21h-6h

A escultura aérea “1.26” de Janet Echelman com 230 pés de comprimento suspende-se a partir do telhado do Museo de Arte de Denver que tem 7 andares, acima do tráfego da rua do centro para comemorar a abertura da Bienal das Américas.

A cidade de Denver pediu para a artista que criasse uma oba monumental, ainda que temporária, explorando o tema da interconexão das 35 nações que compões o Hemisfério Ocidental. Ela se inspirou em um anúncio do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, de que o terremoto no Chile e, Fevereiro de 2010 encurtou a duração do dia terrestre em 1,26 microsegundos para uma leve redistribuição da massa da Terra. Explorando além, Echelman desenhou na Administração Nacional do Oceano e Atmosfera, uma simulação do tsunami que se seguiu ao terremoto, usando como base para a forma da escultura a forma tridimensional da amplitude do tsunami ondulando através do Pacífico.

A natureza temporária da Bienal e seu cronograma acelerado, impediu a artista de usar uma armadura de aço permanente, como empregado nos projetos anteriores da cartista com caráter permanente.ao invés disso, “1.26” usou de forma pioneira uma matriz de suporte de tração defibra Spectra, um material 15 vezes mais forte que o aço, em peso. Esse desenho de baixo impacto, super leve, tornou possível instalar a escultura temporariamente na fachada do Museu de Arte de Denver, e este sistema estrutural abre uma nova trajetória para o trabalho do artista no espaço aéreo urbano.

Como esta escultura monumental é feito inteiramente de materiais macios, é totalmente animada pelo vento. Sua forma fluida em movimento contrasta com as superfícies rígidas da arquitetura urbana envolvente. À noite, a iluminação colorida transforma o trabalho em uma forma flutuante, luminosa enquanto a escurdão esconde os cabos de suporte.

Um livro sobre “1.26” inclui um ensaio de Sanford Kwinter, Professor de Teoria da Arquitetura e Crítica da Escola de Pós-Graduação de Design de Harvard, co-fundador da Zona de revista e livros da zona, e autor de Arquiteturas de Tempo: Para uma Teoria do evento em Cultura modernista.

Water Sky Garden, 2009 – Richmond, British Columbia

© Janet Echelman

Water Sky Garden transforma a praça em torno do Oval Olímpico de Richmond, local oficial para os Jogos Olímpicos de Inverno de Vancover eventos do ring de patinação e velocidade, em um ambiente permanente de arte para a comunidade. O projeto de Echelman conecta todo o espaço a volta do observador – água, céu, e caminhos de pedestres – para criar uma experiência imersiva completa usando pedra, madeira, água, fontes de bolhas de ar, aço, tecidos e luz.

Passarelas de cedro avermelhado levam os visitantes através da obra. Aeradores de purificação e água desenham formas com bolhas sobre a superfície de um lago que coleta a água do telhado de 5 hectares do Oval, enquanto formas de rede suspensas ondulam por cima no vento, tornando-se lanternas aéreas durante a iluminação noturna.

A passarela vermelha e as “lamparinas aéreas” são inspiradas pelas comunidades culturais da cidade. Richmond tem a maior população de imigrantes entre todas as cidades do Canadá, sendo a maioria deles descendentes de asiáticos.

A passarela de madeira segue um caminho curvo semelhante a coreografia da Dança do Dragão, uma performance frequentemente vista em festivais locais chineses. O jardim japonês Nitobe e o jardim chinês Sun Yat da região de Vancouver são referências importantes, especialmente a sua presença material, intersectando caminhos e lagos contemplativos, e sua gama de vistas.

Water Sky Garden é um ambiente de arte contemplativa que encoraja os participantes a se prolongar. As formas nas redes armadas no alto proporcionam uma nova experiência visual, colocando arte no céu, à noite brilham como lamparinas. As redes tem uma relação especial com o local, o povo nativo Musqueam continua ensinando as suas crianças a pescar usando redes nessa curva específica do Rio Fraser até hoje, e esta área tem uma história da indústria da pesca e enlatados, que empregava muitos grupos étnicos.

Este projeto foi realizado através da colaboração de Echelman com um time de renomados arquitetos, engenheiros, consultores de iluminação e água, paisagistas e construtores.

Every Beating Second, 2011 – San Francisco, CA

© Janet Echelman

A artista Janet Enchelman transforma o terminal com a natureza ficcional que sutilmente envolve os espectadores com forças naturais reais e imaginárias. Sua Instalação escultura corta três claraboias no teto, de onde descem camadas delicadas de redes coloridas translúcias para criar três formas volumétricas voluptuosas.

Uma série de linhas sombreadas estão incorporadas ao chão do terraço, refletindo sombras precisas que ocorreriam no solstício de verão se o sol pudesse penetrar através do telhado. Durante o dia, os fluxos de sol através das claraboias de sombras reais interagem com as sombras de ficção no chão. À noite, o programa de iluminação colorida da artista faz a escultura brilhar de índigo ao roxo, do magenta ao vermelho alaranjado.

Fluxos de ar mecanizados, programados por computador, animam a escultura de movimentos fluidos em diferentes intervalos ao longo do dia, como se o vento pudesse fluir magicamente através das paredes sólidas.

A artista alcançou a presença física da escultura trançando fibras e atando-as na malha suspensa a partir de armaduras de aço revestidas com pó. Apesar da sua grande escala, mais de 120 metros de de circunferência em uma forma única, sua escultura é experiênciada como efêmera e sem peso.

Vosualmente, a escultura evoca os contornos e cores de formações de nuvens sobre a Baía e sugere a silhueta da Ponte Golden Gate. Esteticamente, a escultura parece tanto de costas como de frente, desenhando suas cores a partir do auge da música psicodélica, do Verão do amor, e no destaque do movimento de poesia beatnik de São Francisco, enquanto também referencia a área da Baía contemporânea, como um centro de inovação e interconectividade para o mundo da tecnologia.

O título “A cada Segundo Pulsante” refere-se a uma frase do poeta beatnik allen Ginsberg, e representa o interesse doa rtista em aumentar a consciência do momento presente:

Viver

No mundo físico

Momento a momento

Eu devo derrubar

Cada pensamento –

Parando a cada segundo pulsante (11-16)

 

 

 

Sobre este autor
Cita: Leonardo Márquez. "Janet Echelman Remodelando o Espaço Aéreo Urbano Mundo Afora" 05 Abr 2012. ArchDaily Brasil. Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/01-41917/janet-echelman-remodelando-o-espaco-aereo-urbano-mundo-afora> ISSN 0719-8906

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