Pavilhão da Serpentine Gallery de Fujimoto recebe grandes elogios da crítica

Com a abertura de sua estrutura reticulada que lembra uma nuvem no Hyde Park na semana passada, Sou Fujimoto se tornou o arquiteto mais jovem no panteão dos arquitetos do Pavilhão Serpentine Gallery. O pavilhão é uma encomenda anual para uma estrutura temporária, sempre feita a um arquiteto conhecido que ainda não tenha construído no Reino Unido. Em anos anteriores foi atribuída a Herzog & de Meuron com Ai Weiwei (2012), Peter Zumthor (2011), Jean Nouvel (2010), SANAA (2009), indo até o pavilhão original projetado por Zaha Hadid em 2000.

Com uma história tão prolífica de arquitetos famosos ao longo dos últimos 13 anos, o projeto etéreo de Fujimoto tem uma grande promessa a cumprir. Mas apesar dessas altas expectativas, críticos de arquitetura vêm falando muito bem sobre o novo projeto. Veja uma rodada completa de opiniões a seguir.

© Daniel Portilla

"Uma realização magica do primeiro croqui de um arquiteto"

Edwin Heathcote, do Financial Times, faz grandes elogios ao pavilhão de Fujimoto, vendo beleza na simplicidade da estrutura:

"Se você puder imaginar a tentativa de construir uma nuvem feita de hastes, isto é o projeto. Soa completamente contraditório, mas o que o arquiteto japonês Sou Fujimoto fez foi construir uma estrutura sedutoramente complexa a partir do sistema mais simples possível – uma série de perfis de aço pintados de branco e superfícies de vidro. O pavilhão de Fujimoto é uma realização mágica de um primeiro croqui de um arquiteto, uma confusão de eclosão de traços horizontais e verticais em que os limites parecem desaparecer e figuras implícitas pairam misteriosamente em níveis diferentes.”

Heathcote não só aprova o pavilhão deste ano, mas também elogia a ideia da comissão anual do Serpentine e a liberdade que permite formas tão puras de arquitetura:

"O que é maravilhoso a respeito de um pavilhão em um parque é que os problemas práticos que surgiriam na criação de uma estrutura como essa na metrópole burguesa real do valor da terra, economia e classes de uso; desaparecem. O programa do Serpentine Pavilion fornece uma plataforma para ideias puras da arquitetura sem restrições de preocupação com a função – que é precisamente o que faz que seja este deleite. Sua transitoriedade faz dele um evento, criando uma intensidade que arquitetura permanente tem dificuldade em conseguir. Fujimoto entregou um edifício indescritivelmente leve e sedutoramente complexo, talvez o mais primoroso que este lugar já tenha visto."

© Daniel Portilla

"Um belo mistério de luz, espaço e geometria"

Jay Merrick do The Independent está da mesma forma impressionado pelo pavilhão, elogiando a maneira com que une ideias aparentemente incongruentes:

"Tudo sobre o pavilhão é ambíguo. Parece inacabado e finalizado, delicado e substancial, bem definido e suavemente indistinto. O arquiteto de 42 anos criou um labirinto sedutor de perspectivas que te leva a contemplar a estrutura e então, de forma muito provocante, transforma a aparente ordem estrutural estrita em enigmas visuais impossíveis."

© Daniel Portilla

"Mais um ano de sucesso"

Editora do Architect's Journal, Christine Murray, parece bastante impressionada com a estrutura, apesar do que pode ser visto como imperfeições:

"Escalar a estrutura, especialmente sob a intensa luz do dia, é uma tarefa difícil com todas as linhas brancas, sólidos e vazios. Seria isso como pisar em uma nuvem? Mas risco é o ingrediente essencial que faz com que brincar e escalar o pavilhão seja divertido - encontrar seu lugar nos galhos dessa 'floresta branca', como Fujimoto a descreve."

Como Heathcote, Murray elogia o modelo de programa do Serpentine Pavilion pela liberdade que dá a arquitetos e suas ideias. Entretanto, ela aponta que há algumas questões impossíveis de evitar: 

“Infelizmente, considerações sobre saúde e segurança forçaram a inclusão de guarda-corpos não muito elegantes, impostos por autoridades de planejamento. Os tubos grossos se sobressaem no contraste com a delicadeza dos 8km de aço de 20mm de diâmetro aplicados em todo o projeto. Fujimoto insiste que, embora tenham sido introduzidos posteriormente, não comprometeram a obra. Embora pareça que sim."

© Daniel Portilla

"Um dos pavilhões mais radicais até agora"

O crítico do Guardian Oliver Wainwright vê o pavilhão de forma diferente da metáfora da nuvem frequentemente usada, e como sempre tem uma analogia para justificar sua observação:

"Pisar no interior, rodeado pela grelha onipresente, é como entrar na estrutura de um computador, como imaginado nos anos 1980. É uma deslumbrante paisagem de linhas brancas infinitas, unidades cúbicas modulares que formam platôs de bancos e degraus, mesas de canto e café, como se Fujimoto tivesse revelado uma ordem geométrica invisível da qual o mundo todo é feito."

Mais uma vez, ele se impressiona com o pavilhão mas se preocupa sobre como será agora que se tornou parte do "mundo real":

"Onde se encontra com a realidade do seguro e acessível, sua paisagem contínua se prende a balaustres e trilhos de segurança para evitar que você bata a cabeça - assim como as camadas de discos de acrílico para proteger da chuva...a Nuvem de Fujimoto é um pouco esvaziada quando encontra o mundo real.  Mas como a essência poderosa do pensamento de um jovem arquiteto e um dos pavilhões mais radicais até hoje, estabelece uma direção promissora para o programa do Serpentine."

© Daniel Portilla

Não tão rápido...

Entretanto,  há entre todos os elogios uma voz que parece enfim um pouco indecisa. Ellis Woodman do BD parece achar que o projeto de Fujimoto exagerou em sua missão de invenção arquitetônica:

"Após um século de tentativas de estender sua definição para alcançar uma gama ainda mais ampla de atividades, resta a suspeita de que a única função na qual a arquitetura está intimamente enraizada seja a de promover um abrigo O Serpentine Pavilion de Sou Fujimoto apenas cumpre por um triz este papel."

De novo, Woodman aponta requisitos de saúde e segurança como o potencial ponto fraco do pavilhão:

"Degraus com balaústres foram instalados, mas o visitante mais intrépido é livre para vagar entre áreas de assentos de vidro dispostos irregularmente, orientados tanto vertical quanto horizontalmente. Temo que alguma resistência consciente seja necessária para evitar que o pavilhão seja envolto em sinalização de perigo antes do final da semana."

Sobre este autor
Cita: Stott, Rory. "Pavilhão da Serpentine Gallery de Fujimoto recebe grandes elogios da crítica" [Fujimoto's Serpentine Pavilion Receives High Praise from Critics] 14 Jun 2013. ArchDaily Brasil. (Trad. Helm, Joanna) Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/01-120108/pavilhao-da-serpentine-gallery-de-fujimoto-recebe-grandes-elogios-da-critica> ISSN 0719-8906

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