Cinema e Arquitetura: “Koyaanisqatsi”

Koyaanisqatsi é o primeiro de uma seqüência de filmes dirigidos por Godfrey Reggio. Seguido por Powaqqasti (Vida em Transformação) e Naqoyqatsi (Vida como Guerra), Koyaanisqatsi recebeu a legenda de “Vida sem Equilíbrio” e mostra, através de imagens impressionantes, o confronto entre os processos naturais e o desenvolvimento da humanidade.

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O filme apresenta paisagens urbanas de diferentes tipos – comerciais, residenciais, industriais e infraestruturas – como infinitas repetições contra a natureza. De algum modo, o filme trata, já nos anos 80, das questões ambientais relacionadas com o modelo de desenvolvimento humano no modo que ele se dava naquele momento.

O que você pensa do modelo de desenvolvimento atual? Ele se modificou nas últimas décadas ou ainda se mostra em descompasso com a natureza?

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INFORMAÇÕES PRINCIPAIS

Título original Koyaanisqatsi
Ano: 1983
Duração: 87 min.
País: EUA
Diretor: Godfrey Reggio
Roteiro: Ron Fricke, Michael Hoenig, Godfrey Reggio, Alton Walpole
Fotografia: Ron Fricke
Trilha sonora: Philip Glass

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TRAMA

Koyaanisqatsi pretende revelar a beleza do monstro! Normalmente percebemos nosso mundo, nosso modo de vida, como belo, pois não há nada além disso a ser percebido. Se habitamos este mundo, globalizado e de alta tecnologia, tudo o que vemos são camadas de produtos empilhados uns sobre os outros. Em nosso mundo, o “original” é a proliferação do padronizado. Cópias são cópias de cópias. Parece não haver capacidade de ver além disso, de ver que nos fechamos em um ambiente artificial que substituiu, notoriamente, o original: a própria natureza. Não vivemos mais com a natureza, vivemos sobre ela, fora dela. A natureza se tornou a fonte que mantém esse novo mundo artificial vivo.

Dito isto, permitam-me descrever esta grande imagem. Koyaanisqatsi não é precisamente sobre algo, nem tem um significado ou valor específico. Koyaanisqatsi é um objeto animado, um objeto em movimento no tempo, cujo significado fica a cargo do espectador. A arte não tem nenhum significado intrínseco. É sua força, seu mistério e, conseqüentemente, sua atração. A arte é livre. Ela estimula o observador a inserir suas próprias interpretações, seus próprios valores. Portanto, embora eu possa ter esta ou aquela intenção ao criar este filme, percebo que qualquer significado ou valor que Koyaanisqatsi tenha surge exclusivamente a partir de quem vê.

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O papel do filme é provocar, fomentar questões que somente o público possa responder. Este é o maior valor de qualquer obra de arte: não pré-determinar significados, mas adquirir significados a partir da experiência dos encontros. O encontro é o meu interesse, não o significado. Se o significado for o objetivo, então a propaganda e a publicidade são as formas para atingir este objetivo. Portanto, no sentido artístico, o significado de Koyaanisqatsi é qualquer coisa que você queira.

Esta é a força do filme.

TRAILER

Sobre este autor
Cita: Romullo Baratto Fontenelle. "Cinema e Arquitetura: “Koyaanisqatsi”" 19 Out 2012. ArchDaily Brasil. Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/01-76568/cinema-e-arquitetura-koyaanisqatsi> ISSN 0719-8906

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