Templo de Diana / José María Sánchez García

O projeto recupera o ambiente do Templo de Diana em Mérida, que foi o fórum ou o centro da cidade nos tempos romanos. O desafio de intervir em um espaço com grande relevância histórica e arqueológica significou trabalhar com o rastro existente desde o início para que, quando acabado, o projeto recuperasse este espaço do período romano através de uma linguagem moderna.

© Roland Halbe

Esta situação levou a concepção do projeto arquitetural não como algo fechado ou completamente definido, antes de começar a construção. Pelo contrário, trabalhamos de uma forma mais flexível, definindo preceitos e diretrizes em como agir neste local, isto quer dizer, a sintaxe do projeto, a fim de absorver todas as irregularidades e mudanças dadas às descobertas arqueológicas, sem perder o conceito inicial da proposta. Tudo isso foi desenvolvido durante cinco anos que, com os processos arqueológicos, a definição e execução da obra se sobrepuseram no tempo.

Planta de situação

O projeto é resolvido em um perímetro de formato “L”, com sua própria sintaxe, costura sua borda com a cidade e cria uma grande praça ao redor do templo. Este “L” é a união da plataforma ou passeio elevado (que, no mesmo nível do pódio, libera o nível arqueológico no térreo, permitindo uma nova relação dos visitantes com o templo) e uma parede estrutural (o que coloca em valor o templo, enquadrando e abstraindo dos edifícios vizinhos). Entre o perímetro L e a cidade, um volume em forma de caixas penduradas ocupam os interstícios, acomodando comércios e usos culturais. Assim, o projeto, ao invés de um edifício, é uma plataforma elevada, uma estrutura flutuante capaz de gerar uma nova camada de cidade repleta de programa.

© Roland Halbe

Para recuperar os traços romanos no nível térreo, a estrutura periférica está localizada no limite do terreno, distante do templo, criando assim a maior superfície possível para a praça pública. A área original sagrada é restaurada, respeitando as características arqueológicas romanas que são parte do espaço venerável: o templo, dois tanques, o criptopórtico e a muralha romana que agora estão incorporados à praça.

© Roland Halbe

A plataforma está aproximadamente na mesma altura do pódio do templo, permitindo que os visitantes o assistam como se estivessem dentro, enquanto projeta sombra sobre a praça. Desta forma, o ambiente do templo é “geometrizado”, possibilitando a compreensão limpa do espaço e não interrompida por particularidades dos edifícios existentes ao fundo. Na parte de trás, um sistema volumétrico, flexível a mudanças no perímetro, ocupará os interstícios, moldando pátios claros que fragmentam ritmicamente a sombra da plataforma. Define-se uma nova ordem de luz e sombra na praça pelos pátios entre as caixas.

© Roland Halbe

A materialização dos elementos que constroem os novos espaços foi estudada por uma interpretação contemporânea de materiais que foram parte do local romano. Toda a praça terá acabamento em terra, como originalmente. A parte em L é definida como uma rocha artificial, feita de cal, agregando características do local com uma cor próxima ao granito do pódio do Templo. Não falamos de concreto como tal, mas uma pedra artificial feita de materiais encontrados no entorno.

© Roland Halbe

Ficha técnica:

Equipe:

  1. Equipe de projeto: Enrique García-Margallo Solo de Zaldivar, Rafael Fernández Caparros, Maribel Torres Gómez, Laura Rojo Valdivielso, Francisco Sánchez García, José García-Margallo, Marta Cabezón López, Mafalda Ambrósio, Carmen Leticia Huerta, Marilo Sánchez García, Julia Ternström

Informação Complementar:

  1. Engenheiro estrutural: CDE Ingenieros, Gogaite S.L
  2. Consultoria em engenharia: ARO consultores

Sobre este escritório
Cita: Igor Fracalossi. "Templo de Diana / José María Sánchez García" 07 Fev 2012. ArchDaily Brasil. Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/01-28666/templo-de-diana-jose-maria-sanchez-garcia> ISSN 0719-8906

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