Complexo Elevador Rubem Braga / JBMC

A estação General Osório

Além dos acessos normais destinados a acolher as pessoas que vivem ao longo da orla marítima, o acesso situado ao sopé do Morro do Pavão — junto da Rua Barão da Torre e final da Rua Teixeira de Melo — contará também com um conjunto de dois elevadores panorâmicos, destinados a atender aos usuários da comunidade instalada a mais de 80 metros da superfície. Atualmente tal comunidade conta apenas com precárias escadarias como meio de acesso junto à encosta do morro, com permanente perigo de deslizamentos de encostas. A construção da estação General Osório propiciará a contenção dessas encostas e também a integração de novos conjuntos de escadas com as existentes, eliminando definitivamente os perigos apontados.

© Celso Brando

Mais que isso, o conjunto de elevadores integrará definitivamente a comunidade à cidade, garantindo-lhe uma inserção simbólica — e de direito — através de um serviço público que sinaliza para a necessária ocupação de um espaço há muito negligenciado, pois colocado à margem da metrópole. O caráter transitório de tais comunidades acabou por sedimentar-se ao longo do tempo, sem que nenhuma atenção fosse dada ao processo, seja por parte do poder público, seja por parte da maioria da coletividade que via as condições de vida na comunidade como típicas de uma situação temporária. Décadas se passaram e tais comunidades aumentaram, assim como suas carências e problemas. Entendemos que o conjunto dos elevadores servirá como um elemento de ligação que, mais que trazer o trabalhador do morro para a cidade, levará a urbanidade ao cidadão do morro, em um processo que catalizará paixões díspares em benefício do debate democrático.

© Celso Brando

Concepção da Torre de Elevadores

Os dois elevadores, cada um com capacidade para transportar 30 passageiros, serão sustentados por uma torre metálica prismática de base triangular com robustos pilares de dois metros de diâmetro em seus vértices. Os três pilares serão contraventados com tubos de seção circular. A altura da torre será de 73,15 metros, com 25 pisos. Essa torre estará inserida em um bloco de três pavimentos com treze metros de altura. Os elevadores, localizados dentro da torre triangular, terão as faces executadas em vidro transparente voltadas para o eixo da Rua Teixeira de Melo. Nas duas faces restantes da torre, foram previstos dois conjuntos de escadas fixas, dispostos externamente ao interior do triângulo. Tais escadas poderão ser utilizadas tanto em casos de interrupção de energia quanto como saída de emergência do sistema de elevadores. Servirão, também, como uma possibilidade a mais de acessibilidade.

© Celso Brando

A ligação entre o fim do percurso vertical dos elevadores e a cota de nível 65.00m do morro, no local previsto no projeto de reurbanização, requererá a introdução de dois tramos de passarela metálica e, na junção de ambas, um grande pilar de sustentação.

© Celso Brando

Sobre a casa de máquinas foi previsto um mirante coberto, de maneira a proteger das chuvas as prumadas de escadas fixas. Tal mirante pretende também aproveitar a implantação privilegiada do conjunto, ao evidenciar através da construção triangular as vistas da Lagoa Rodrigo de Freitas, da Praia de Copacabana e da Praia de Ipanema. Esse novo ponto turístico poderá colaborar para que a inserção desse conjunto arquitetônico na cidade signifique também uma maior integração de suas populações, atraídas pela beleza do local em que a metrópole foi inserida.

Ficha técnica:

  • Arquitetos:JBMC
  • Ano: 2010
  • Área construída: 7668 m²
  • Endereço: Ipanema Rio de Janeiro Brasil
  • Tipo de projeto: Equipamento Urbano
  • Status:Construído
  • Materialidade: Metal
  • Estrutura: Metal
  • Localização: Ipanema, Rio de Janeiro, Brasil

Equipe:

  1. Arquitetos: João Batista Martinez Correa, Beatriz Pimenta Correa, Álvaro Macedo Neto, Gabriela Assis Guerra Costa e Cecília de Sousa Pires
  2. Colaboradores: Alessio Dionisi e Flavio Barabolskin
  3. Consultor: Paulo Ricardo Mendes
  4. Estagiários: Nádia Galbiati Ramos e Sandra Mayumi Morikawa

Informação Complementar:

  1. Projeto Executivo: Promon Engenharia e Arqline Arquitetura e Consultoria
  2. Promon – Arquitetos: Konstanze Bevilacqua e Daniel Zilberberg
  3. Promon – Engenheiros estruturais: Gloria Ferreira; Fabio Orsini; Silvia Leal; Carlos Fragelli (Consultor).
  4. Promon – Engenheiros Hidráulicos: Alexandre César; José Carlos Raup (RAIH Engenharia)
  5. Promon – Engenheiros Elétricos Ronaldo Miranda; Sylvio Rodrigues.
  6. Promon - Geotecnia: Luiz Sozio.
  7. Promon – Fiscalização de Obra: Eduardo Cunha.
  8. Arqline – Arquitetos: Jean Louis de Billy e Luciana Maia.

 

  1. Rio Trilhos
  2. Diretor de Engenharia: Bento José de Lima
  3. Coordenação de Projetos: Heitor Lopes Sousa Jr.
  1. Prêmios:
  2. Menção Honrosa “Highly Commended” no World Architectural Festival Awards 2011, Categoria “Once Fondation Prize for Accessibility”.
  3. Shortlisted no World Architecture Festival Awards 2011, Categoria “New and Old”.
  4. PRÊMIO APCA 2011 (Associação Paulista dos Críticos de Arte), Categoria “Obra de Arquitetura no Brasil”

Sobre este escritório
Escritório
Cita: Igor Fracalossi. "Complexo Elevador Rubem Braga / JBMC" 16 Dez 2011. ArchDaily Brasil. Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/01-15452/complexo-elevador-rubem-braga-jbmc> ISSN 0719-8906

¡Você seguiu sua primeira conta!

Você sabia?

Agora você receberá atualizações das contas que você segue! Siga seus autores, escritórios, usuários favoritos e personalize seu stream.