Penetrável Genet / Experiência Araçá - um passeio pela necrópole

A partir desta terça-feira (5), das 12h às 17h, o Cemitério do Araçá abre os portões ao público para uma experiência diferente: um passeio pela necrópole, acompanhado de música. “Penetrável Genet”, parte da programação da X Bienal de Arquitetura, é uma obra de ocupação artística de um espaço urbano e humano, que quer oferecer às pessoas uma reflexão sobre memória, vida e morte – a criação e a ressurreição do homem e da cidade.

A trilha sonora é a composição musical “Oto Souza Mattos”, de Celso Sim e Pepê Mata Machado, baseada em um texto de Helio Oiticica, que será apresentada aos visitantes em fones de ouvido individuais, enquanto passeiam pelo local.

Criado pelo artista Celso Sim e a arquiteta Anna Ferrari, Penetrável Genet/Experiência Araçá é uma obra de ocupação artística de um espaço urbano e humano, que quer oferecer às pessoas uma reflexão sobre memória, vida e morte: a criação e a ressurreição do homem e da cidade.

O projeto Penetrável Genet faz parte da X Bienal de Arquitetura de São Paulo, e ocupará o Cemitério do Araçá e o Edifício Ossário Geral. O visitante, das 12h às 16h, de terça à domingo poderá ouvir, num percurso individual, a composição musical “OTO SOUZA MATTOS, cujo texto foi escrito em 1974 pelo artista brasileiro Helio Oiticica, e musicado por Celso Sim e Pepê Mata Machado.

No texto de Jean Genet, “Estranha Palavra…”, o autor francês clama a ocupação artística de cemitérios e crematórios. Hélio Oiticica, em Oto Souza Mattos, fala sobre a morte e a ressurreição do homem, da identidade e da arte.

Como um flaneur pairando sobre alamedas e quadras, entre túmulos e árvores desconhecidas, o penetrante encontrará indicações sutis sobre o rumo, norte e prumo a tomar; com a liberdade de desistir. Uma linha que remete ao labirinto de Ariadne indicará o caminho.

Chegando ao Edifício Ossário Geral do Cemitério do Araçá o cidadão encontrará o Penetrável Genet, um enigma erguido em monolitos de mármore aparentemente intransponíveis, sobre os quais imagens são projetadas.

No Edifício Ossário Geral no Cemitério do Araçá, aguardam identificação os restos mortais de 1046 pessoas desaparecidas nas décadas de 60 e 70, muitas delas vítimas do terrorismo de estado praticado durante a ditadura civil militar, encontradas na vala clandestina do Cemitério Don Bosco, Perús, revelada em 1990.

Esta experiência e instalação dialoga conceitualmente com as obras de Lygia Clark e Hélio Oiticica.

Um convite ao passeio público na necrópole, através da música, do procurar e da brincadeira de encontrar num jogo único com o outro que é nós, eu, você.

Um passeio de ser e estar na cidade, ir ao mundo dos mortos, a última casa, e de lá voltar vivo e outro.

Programação 05/11 a 01/12

Horários: das 12h às 16h – sessões a cada hora. Capacidade máxima de 15 pessoas/hora
Ponto de encontro: entrada principal do Cemitério do Araçá
Inscrições: chegada no local 10 minutos antes de cada sessão
Restrições: caminhada de 30 minutos pelo cemitério

Local: Cemitério do Araçá


Sobre este autor
Cita: Joanna Helm. "Penetrável Genet / Experiência Araçá - um passeio pela necrópole" 31 Out 2013. ArchDaily Brasil. Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/01-150045/penetravel-genet-slash-experiencia-araca-um-passeio-pela-necropole> ISSN 0719-8906

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