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Arquitetos: Plan:b arquitectos
- Área: 600 m²
- Ano: 2024


"Fábrica de afetos" é uma obra em exposição de Antonio Yemail que ficou à mostra na Galeria Policroma, em Medellín, até meados de fevereiro. Ela foi criada a partir de um longo processo envolvendo diferentes estudos de caso sobre a relação entre gatos e pessoas. Há mais de uma década Antonio pesquisa uma arquitetura específica para seres esquivos a partir de vários campos, incluindo pesquisa, academia, prática arquitetônica e artística.



O recente agravamento das mudanças climáticas e os decorrentes desastres naturais que cada dia mais frequentemente assolam o nosso planeta, juntamente com a contínua exploração predatória dos recursos naturais e os poucos esforços que têm sido feitos para diminuir a emissão de gases do efeito estufa, levantam uma preocupação crescente sobre o futuro da vida nas cidades. Para além de todos os esforços necessários para minimizarmos o agravamento das mudanças climáticas em curso, se faz iminente que comecemos a pensar e desenvolver estratégias que nos permitam preparar nossas cidades para os inevitáveis desafios que estão chegando, como aumento dos níveis das marés e das inundações por um lado, e a seca e o calor extremo de outro. Pensando nisso, o artigo a seguir nos convida a pensar e refletir como poderíamos construir cidades mais resilientes, permitindo que as mesmas se adaptem e se transformem em resposta aos desafios do futuro.


Conforme o arquiteto Alejandro Echeverri, Medellín soube disseminar a ideia de que esteve imersa em processo de inclusão e transformação urbana. Anualmente a cidade recebe incontáveis visitantes que, segundo o colombiano, parecem mais convencidos do que os próprios moradores sobre como a cidade encontrou respostas aos seus desafios sócio-espaciais. Atuando com a Universidade Nacional da Colômbia e famílias vítimas de conflitos armados entre final de 2014 e início de 2016, observei nuances entre os avanços que a cidade vivenciou a partir de sua atuação direta em territórios em situação de vulnerabilidade e desafios que persistem com o aumento da desigualdade sócio-econômica.

Social Urbanism: Reframing Spatial Design – Discourses from Latin America, novo livro de Maria Bellalta, ASLA, reitora da Escola de Arquitetura da Paisagem da Boston Architectural College, é uma adição bem-vinda ao crescente número de publicações sobre questões de justiça social na forma de urbanismo, arquitetura e espaço público que emanam de Medellín e da Colômbia. As conquistas do urbanismo social tornaram-se um sinônimo de Medellín no mundo do paisagismo, do planejamento e projeto urbano, e da arquitetura de forma geral.

Ir à Colômbia, sendo brasileira, foi como reconhecer um país irmão. Em um mês, como participante do workshop Field Stations, registrei perspectivas pessoais das impressões que tive dos lugares visitados. O tema é a paisagem fluvial e os registros têm a fragilidade e subjetividade de um diário de bordo. A vontade de compartilhá-los é a de expressar essa identificação, de mostrar como vi semelhanças entre nós: problemas, complexidades e belezas, bem como a clareza e o reconhecimento de que unidos seríamos mais fortes. Vislumbra-se a ideia de eliminar as fronteiras invisíveis que nos afastam e de agregar povos subdivididos pelos colonizadores.

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