ENCONTRO NO IABSP / EVENT AT IABSP – REFLORESTAR SÃO PAULO / REFLOREST SAO PAULO 21.03.2024 – 18h30 Edifício IABsp / IABsp Building Bento Freitas, 306 – 1º andar – Vila Buarque – São Paulo – Brasil
Diante das perspectivas de renunciar a dualidade entre seres humanos e não humanos, natureza e cidade e das provocações do líder indígena, ambientalista, filósofo, poeta e escritor brasileiro Ailton Krenak de que é preciso reflorestar as cidades, promoveremos esse encontro com o objetivo de refletir sobre as relações entre crise climática, desigualdades e ecologia urbana.
Faced with the challenge to reintroduce duality between humanity and non-human beings, nature
Várias cidades nos Estados Unidos estão sofrendo com a falta de milhões de unidades habitacionais. Agravada por outros fatores, essa escassez está aumentando radicalmente o custo tanto para alugar quanto para comprar casas. Los Angeles não é exceção; com 74% do seu território destinado exclusivamente à casas unifamiliares, a construção de habitações multifamiliares é limitada a uma área extremamente pequena da cidade, tornando a construção de novas habitações acessíveis muito difícil. Além disso, processos complexos de aprovação, que duram vários anos, muitas vezes tornam esses projetos ainda menos viáveis.
Por isso, em dezembro de 2022, a prefeita Karen Bass tomou uma decisão drástica ao declarar estado de emergência para acelerar a aprovação de projetos de habitação acessível, permitindo aos investidores acelerar projetos que contemplariam um sistema de aluguel estável por meio de permissões rápidas e isenções de regras de zoneamento. A Executive Direction (ED1) gerou um aumento nas solicitações para construção de habitações acessíveis, surpreendentemente, não apenas de investidores que usam dinheiro público, mas também de particulares.
O efeito ilha de calor urbana ocorre quando pavimentos, estradas e edifícios absorvem o calor do sol e o irradiam de volta, causando um aumento na temperatura e impedindo a cidade de se resfriar. Com a crescente dependência de carros nas cidades, o número de vagas de estacionamento também está aumentando. Isso resultou na conversão de grandes áreas de terreno permeável coberto com vegetação em superfícies duras e impermeáveis. O uso de materiais como asfalto, combinado com a falta de sombra, as superfícies de aço reflexivas dos carros estacionados e a perda de vegetação nessas extensas áreas de estacionamento, contribui para a amplificação dos efeitos de alta temperatura e eventos de calor extremo, tornando os espaços urbanos desconfortáveis. Essa transformação está impactando o clima das regiões dependentes de carros e demanda ideias e esforços colaborativos para mitigar os efeitos negativos do aumento do calor.
Desde sua introdução ao público, as tecnologias de inteligência artificial parecem propensas a mudar o cenário de trabalho para profissionais em todos os campos, e a arquitetura e o planejamento urbano não são exceção. Enquanto muitos temem seu impacto negativo, as tecnologias de IA também podem ser vistas como um conjunto diferente de ferramentas no arsenal de arquitetos e designers. Por mais revolucionárias que sejam, há uma infinidade de aplicativos e plataformas sendo desenvolvidos não para substituir, mas para ajudar, descarregar tarefas repetitivas e ajudar a visualizar ideias ou grandes conjuntos de dados, tudo para fornecer uma base para o processo de tomada de decisão do arquiteto.
A mobilidade urbana nos Estados Unidos passou por uma transformação radical com a introdução dos serviços de transporte por aplicativos no final dos anos 2000. A adoção generalizada de serviços como Uber e Lyft alterou a forma como os cidadãos se movimentam pelas cidades, oferecendo conveniência, flexibilidade e acessibilidade como nunca antes. O inovador modelo de negócios que se destaca ao auxiliar os usuários individuais falhou em prever as maiores implicações na escala da cidade - congestionamento, sistemas de transporte público e aquisição de carros. Enquanto cidades europeias como Bruxelas se comprometeram a incentivar o transporte público para reduzir problemas de congestionamento, cidades americanas buscam soluções próprias.
O projeto de implementação de uma quarta linha de metrô na capital grega começou em 2021, com o objetivo de reduzir a necessidade de automóveis na cidade lotada. Como a nova linha de 15 estações é estimada para transportar 340.000 passageiros por dia, até 53.000 carros poderiam ser retirados das ruas diariamente. Embora a abertura da linha possa estar a cinco anos de distância, a obra começou para reformar sete praças urbanas que se tornarão estações. Apesar do apoio público à iniciativa, o projeto também tem gerado controvérsias, com os residentes temendo a gentrificação.
Este artigo foi originalmente publicado em Common Edge.
Quando Brenda Mendoza contou a um repórter da NPR sobre seu trajeto para o trabalho, ela se tornou o rosto da atual crise habitacional em Los Angeles. Mendoza, uma roupeira de um hotel Marriott, morava com sua família em um apartamento em Koreatown, onde cresceu, a apenas 10 minutos de seu trabalho. O proprietário aumentou o aluguel, então ela se mudou para um lugar mais barato em Downey. Quando esse aluguel também ficou inacessível, ela se mudou para Apple Valley e agora levanta às 3h30 da manhã para dirigir 160 quilômetros até o trabalho, deixando o marido e o filho em seus empregos pelo caminho. Ela não se mudou para Apple Valley para investir em uma casa que pudesse amar. Simplesmente encontrou um aluguel igualmente instável, mas ligeiramente mais acessível, a horas de seu local de trabalho.
O Laboratório Urbano UN-Habitat publicou "My Neighborhood", uma publicação que oferece uma lista de princípios de projeto urbano com o objetivo de criar cidades mais sustentáveis e resilientes. Contendo ações aplicáveis à escala do bairro, o guia se dedica a apresentar uma abordagem integrada que responde a setores-chave, como transporte, iniciativas urbanas locais, moradia, espaços públicos, serviços públicos e outros.
Ainda assim, o país enfrenta desafios tanto esperados quanto inesperados, desde uma grave escassez de habitação até a crescente preocupação em relação às alterações climáticas e à evolução das ideias sobre ecologia. Nas palavras da curadora Suzanne Mulder, o país está "mais uma vez na prancheta", à medida que arquitetos, urbanistas e designers retomam as conversas sobre o futuro, olhando para as lições do passado. Para auxiliá-los nesse processo, o Nieuwe Instituut de Roterdã está organizando a exposição "Projetando os Países Baixos: 100 anos de Futuros Passados e Presentes".
A mudança de uma capital é uma decisão complexa com várias dimensões e consequências tanto para a antiga quanto para a nova capital. Pode ser impulsionada por fatores políticos, econômicos, sociais, e tem implicações urbanas e arquitetônicas para os moradores, como localização, planejamento, projeto de construção, finalidade da antiga capital, condições climáticas e separação dos centros políticos/administrativos das cidades culturais e econômicas.
Diante deste debate, o Egito está construindo uma nova capital para aliviar a pressão populacional e urbana sobre o Cairo. Da mesma forma, a Indonésia está planejando uma nova capital em resposta aos desafios enfrentados por Jacarta, como poluição, congestionamento de tráfego e aumento do nível do mar. É valioso examinar outros países no sul global que realocaram suas capitais, observando as lições arquitetônicas e urbanas aprendidas com suas experiências.
Viver em cidades construídas sobre encostas geográficas é uma experiência singular e desafiadora. Se, por um lado, essas áreas podem oferecer vistas panorâmicas e paisagens impressionantes, por outro lado, a topografia íngreme apresenta uma série de desafios em termos de planejamento urbano, segurança estrutural e riscos socioambientais. Essas cidades exigem cuidados e soluções especiais no projeto de ruas, edificações e infraestruturas, e também o entendimento de que, por motivos de segurança ambiental e da população, nem todas as áreas devem ser ocupadas.
A intersecção entre inteligência artificial (IA) e planeamento urbano representa um grande potencial para a criação de cidades mais inteligentes, eficientes e sustentáveis. Trata-se da incorporação de tecnologias inovadoras que podem direcionar a tomada de decisões, otimizar a alocação de recursos, antecipar tendências, envolver os cidadãos, entre muitas outras. Nesse contexto em que se entende a IA como uma ferramenta para o desenvolvimento de diferentes aspectos urbanos, tem surgido uma proliferação de aplicativos, softwares e demais sistemas tecnológicos desenhados para auxiliar no planejamento urbano. Da morfologia ao envolvimento da comunidade, a seguir selecionamos alguns estudos e tecnologias que estão sendo aplicados ao redor do mundo.
Apesar das pessoas com deficiência representarem quase 15% da população mundial e de mais da metade viverem em ambientes urbanos, as nossas cidades raramente atendem às suas necessidades. A maioria é projetada a partir da perspectiva de pessoas sem deficiência que se deslocam em transporte privado (como carros e motos), em vez das que caminham, andam de bicicleta e usam o transporte público.
https://www.archdaily.com.br/br/1012430/como-garantir-o-acesso-a-cidade-para-as-pessoas-com-deficienciaITDP Brasil
Recentemente, o renomado escritório dinamarquês BIG anunciou o lançamento do seu projeto para a cidade de Gelephu, no Butão. Um masterplan inspirado na cultura do país e nos seus princípios de felicidade. A "Mindfulness City" apresentará inúmeras possibilidades de apropriação ao público, trazendo investimentos em infraestrutura, educação e tecnologias sustentáveis, tudo sob os preceitos da Felicidade Interna Bruta (FIB).
A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, foi agraciada com o Prêmio ULI 2023 de Visionários em Desenvolvimento Urbano, uma das mais respeitadas distinções globais em uso do solo e desenvolvimento comunitário. A honraria reconhece a visão da prefeita Hidalgo de uma Paris mais inclusiva e sustentável, assim como o impacto global de suas políticas. Hidalgo, a primeira mulher a ocupar o cargo de prefeita em Paris, é reconhecida por impulsionar políticas ambiciosas que reduziram as emissões de carbono da cidade em 40% em uma década, além de aumentar a proporção de habitações acessíveis. Em 2020, Hidalgo também foi destacada na lista das 100 Pessoas Mais Influentes pela revista Time
As cidades são sistemas vibrantes que têm significado e se movem com o ritmo da vida humana que as alimenta. No tecido das paisagens urbanas, arquitetos e urbanistas colaboram para criar harmonias espaciais que vão além da estética e buscam justiça social e expressão poética. Nelas, os cidadãos se envolvem, tornando-se participantes ativos na narrativa contínua da cidade — a melodia metropolitana.
Em 2023, o ArchDaily publicou matérias sobre a poética do urbanismo, explorando um futuro em que as cidades atendem às necessidades sociais e emocionais de seus habitantes.
Ao refletirmos sobre o tumultuado ano de 2023 e seus eventos, é evidente que os desafios impostos pelas condições ambientais em constante mudança deixaram uma marca indelével em todo o mundo. Em resposta, arquitetos e urbanistas passaram a procurar maneiras nas quais suas ações possam contribuir para a criação de ambientes mais seguros para as comunidades, com arquiteturas de emergência de implantação rápida e estratégias de longo prazo para construir resiliência e mitigar riscos.
Além de simplesmente responder a eventos, como os devastadores terremotos na Turquia, Síria e Marrocos, ou as enchentes generalizadas na Líbia ou no Paquistão, arquitetos estão tentando adotar abordagens proativas. Eles desenvolvem estratégias que vão desde a modelagem preditiva até a aplicação de técnicas de renaturalização, passando pela pesquisa contínua na física de estruturas mais seguras e resilientes.
A divulgação dos primeiros dados do Censo 2022 pegou muita gente de surpresa. Segundo o IBGE, o Brasil tem hoje cerca de 203 milhões de habitantes, número abaixo da expectativa do Instituto, que era de 215 milhões. Outro dado que chamou atenção foi o crescimento das cidades médias (100 mil a 499 mil habitantes), que ganharam 8,3 milhões de habitantes. Considerando que a população do país cresceu 12 milhões desde o Censo 2010, essas cidades respondem por mais de dois terços do aumento.