A região central de São Paulo guarda uma parte importante da nossa história, que pode ser contada por seus edifícios. A relação de afeto com esta região para muitos paulistanos é clara ao resgatar na memória momentos vividos nestes edifícios históricos que carregam cultura e religiosidade, e nestas ruas de comércio intenso.
Porém, ao longo das últimas décadas esta relação se perdeu pela obsolescência dos edifícios, pela baixa habitabilidade nesta região, pela deterioração dos edifícios sem uso, pela insegurança e outros fatores que afastaram diversos paulistanos do centro — ainda uma área com densa circulação de pessoas, amplo comércio, ampla infraestrutura de transporte e conexão única com a cidade. Um espaço urbano com tamanha infraestrutura não pode ser abandonado em uma cidade que tem alta demanda por habitação, cultura e lazer.
Profissionais de arquitetura e urbanismo de todo o Brasil tem até o dia 30 de março de 2023 para garantir a inscrição no “Concurso Público Nacional de Arquitetura e Urbanismo para a Requalificação da Feira Central de Campina Grande”. O edital completo e demais informações necessárias aos candidatos do concurso estão disponíveis em www.concursofeiradecampinagrande.org
São Gabriel da Cachoeira (AM) é considerada a cidade mais indígena do Brasil, reunindo 23 povos pertencentes a cinco famílias linguísticas — Tukano Oriental, Aruak, Yanomami, Japurá-Uaupés e Tupi. Lá, em dois pequenos pontos de escavação, arqueólogos encontraram elementos que comprovam a existência de povoamento denso, contínuo e antigo, de pelo menos dois mil anos.
Os achados contradizem o discurso comum que atribui à região características como esvaziamento populacional, isolamento e desconexão com o restante do território amazônico. A área é uma das mais preservadas da Amazônia e vem sendo estudada desde 2019 pelo Parinã (Programa Arqueológico Intercultural do Noroeste Amazônico), que acabou de elaborar os primeiros relatórios sobre os fragmentos arqueológicos encontrados.
Um grande terremoto de magnitude 7,8 atingiu o centro da Turquia e o noroeste da Síria na manhã desta segunda-feira, 6 de fevereiro, seguido por um segundo terremoto de magnitude 7,4 relatado algumas horas depois na mesma região, de acordo com informações do jornal The Guardian. Entre as áreas mais afetadas está Gaziantep, localizada a 240km da fronteira com a Síria e a 80km do epicentro do terremoto em Kahramanmaraş. Os tremores foram sentidos no Líbano, Grécia, Israel e na ilha de Chipre. As autoridades ainda estão avaliando o número de vítimas, enquanto equipes de resgate locais e internacionais foram mobilizadas para procurar sobreviventes. As primeiras estimativas relatam que mais de 1.700 edifícios desabaram ou foram gravemente danificados, conforme confirmado pelo vice-presidente da Turquia, Fuat Oktay.
O antimonumento 2146 Stones – Monument Against Racism / The Invisible Monument é uma intervenção realizada em 1993 na praça Saarbrücken por Jochen Gerz e alunos de sua disciplina na faculdade Hochschule der Künste Saar, em Saarbrücken, Alemanha. Realizada segundo a prática constante de vigilância [1] de Gerz, a obra é fruto de um momento de inquietação na produção artística alemã que questionava a arte representativa de uma geração nascida no pós-guerra, assim como a busca de quem ao mesmo tempo viveu os eventos da 2ª Guerra Mundial, do início e do fim do Muro de Berlim, enquanto havia um esforço nacional para evitar as memórias do Holocausto.
https://www.archdaily.com.br/br/995833/passado-negativo-o-processo-de-construcao-do-monument-against-racismFabiana Costa
O escritório Practice for Architecture and Urbanism (PAU) de Nova York foi selecionado para projetar o novo Portal das Cataratas do Niágara. O projeto busca requalificar o espaço, atrair novos visitantes e estimular a economia local. Como parte da “Estratégia de Desenvolvimento de Downtown Niagara Falls” o projeto também visa fortalecer as conexões entre o centro de Niagara Falls e o Parque Estadual de Niagara Falls. A conclusão está prevista para 2024.
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), juntamente com representantes das instituições envolvidas e afetadas pelos atos de 8 de janeiro, deu início na semana passada ao trabalho de coordenação das ações para restauração do Patrimônio Cultural Brasileiro, em Brasília (DF).
Durante o encontro, representantes dos departamentos técnicos de infraestrutura, restauração e arquitetura apresentaram os prejuízos, as ações em andamento, as necessidades, especialmente de recursos e restauradores, além de proposições para ações conjuntas. Nesse contexto, foram discutidas possíveis fontes de recursos para a execução das ações emergenciais e de projetos de restauração a médio e longo prazos, como doações de instituições privadas e recursos via Unesco.
"Los Ríos Territorio Arquitectura" é um programa que busca valorizar a arquitetura da XIV região do Chile, Los Rios, ao mesmo tempo em que torna visível o trabalho dos arquitetos desse território através de três episódios que reúnem entrevistas com 15 profissionais e 22 locações diferentes.
https://www.archdaily.com.br/br/994948/arquitetura-na-regiao-de-los-rios-paisagem-patrimonio-e-construcao-localFernando Costa
A cidade Veneza instalou barreiras de vidro ao redor da famosa Basílica de São Marcos para impedir a entrada de água. A decisão foi tomada após uma inundação em dezembro de 2022, na tentativa de impedir que se repetisse a catástrofe de 2019, quando a elevação das águas causou grandes danos à estrutura, envelhecendo-a “20 anos em um dia”, de acordo com a Procuradoria da Basílica. A estrutura temporária será usada até que o sistema MOSE comece a funcionar plenamente, previsto para o final de 2025, protegendo a centenária basílica, a cidade de Veneza e sua Lagoa contra inundações.
Em julho deste ano, a Unesco concedeu ao Sítio Roberto Burle Marx o título de Patrimônio Mundial. Com isso, o Brasil passa a ter 23 sítios e práticas inscritas na lista de Patrimônio Mundial da Humanidade, que reúne bens, conjuntos e práticas de valor material e imaterial.
De acordo com a Unesco, os 23 bens e práticas tombados no Brasil podem ser divididos em Patrimônio Cultural, — "composto por monumentos, grupos de edifícios ou sítios que tenham um excepcional e universal valor histórico, estético, arqueológico, científico, etnológico ou antropológico" — e Natural — "formações físicas, biológicas e geológicas excepcionais, habitats de espécies animais e vegetais ameaçadas e áreas que tenham valor científico, de conservação ou estético excepcional".
Em 1972 foi criada a Convenção do Patrimônio Mundial da Unesco, que vincula os conceitos de patrimônio cultural e natural da humanidade e estabelece uma série de procedimentos envolvidos na sua conservação e preservação. A partir do entendimento de que os sítios e monumentos estão sujeitos à ação do tempo e à eventual deterioração ou desaparecimento, a organização determina que aqueles de valor universal excepcional merecem uma proteção especial contra as ameaças às quais estão submetidos. Assim, o trabalho de identificação, proteção, conservação e valorização dos sítios incluídos na lista visa salvaguardar e transmitir às gerações futuras o patrimônio cultural e natural da humanidade.
A partir de agora, o público poderá ter a experiência de visitar a exposição itinerante 7 Povos – Retratos de um Território na versão virtual. Trata-se de uma remontagem da mostra que já aconteceu de forma presencial em três locais do país: Memorial do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre (RS); Sítio Arqueológico de São Miguel Arcanjo, em São Miguel das Missões (RS); e no Centro Cultural do Patrimônio Paço Imperial (CCPPI), no Rio de Janeiro (RJ). Com o lançamento na versão online, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) tem o objetivo de levar à mostra a um público ainda mais amplo, não apenas do Brasil, mas também internacional.
https://www.archdaily.com.br/br/993010/iphan-lanca-exposicao-7-povos-retratos-de-um-territorio-em-formato-digitalArchDaily Team
Um edifício emblemático para Meliana e toda a região, o Palauet Nolla data do século XVII e foi um símbolo da famosa fábrica de mosaicos Nolla. Localizado no contexto da paisagem de pomares do norte de Valência, após décadas de negligência, o edifício chegou em estado de ruína por volta de 2010, e seu estado era crítico sobretudo por falta de carpintaria externa, estrutura danificada, telhados afundados e parte da decoração com grave deterioração natural e antrópica, entre muitos outros fatores.
CRA - Carlo Ratti Associati e o arquiteto Italo Rota desenvolveram um projeto para transformar um complexo hospitalar do século XVIII em Modena, na Itália, em um polo multidisciplinar de cultura e inovação. O projeto para o novo centro, chamado AGO Modena Fabbriche Culturali, inclui uma cobertura cinética inspirada em origami projetada em colaboração com o engenheiro e artista Chuck Hoberman. O equipamento cobrirá um pátio triangular no centro do complexo. O plano de restauração também busca melhorar a flexibilidade para que a estrutura possa se adaptar facilmente às mudanças futuras de configuração do espaço.
Sujeitas às forças do capital, populações migratórias e circunstâncias políticas, as cidades estão em constante evolução. Essa evolução contínua é evidente no tecido construído dos assentamentos, à medida que arquitetos e urbanistas constroem sobre camadas já existentes, alguns tendo a árdua tarefa de integrar com sucesso as áreas urbanas históricas com intervenções e sistemas arquitetônicos contemporâneos.
As cidades desta categoria estão frequentemente em conflito interno - muitas vezes tendo que lidar com os objetivos às vezes contraditórios de sustentar as populações locais e acolher investimentos externos e projetos de desenvolvimento nacional.
Meu primeiro encontro com a requalificação de um edifício me levou a uma viagem ao Departamento de Polícia de Long Beach. Um amigo e eu estávamos frustrados porque nossa cidade natal estava demolindo boas construções – visto que elas não correspondiam ao estilo arquitetônico atual – apenas para substituí-las por estacionamentos! Tudo em nome do "progresso". Em 1988, quando soubemos que o Edifício Jergins Trust, uma preciosidade Beaux-Arts, estava programado para ser demolido sem que nada estivesse planejado para aquele terreno, entramos em ação e nos acorrentamos ao prédio para impedir sua demolição. Nossos esforços o mantiveram vivo por mais quatro horas. E então, ele se foi para sempre.
Em 3 de novembro de 2022, o Instituto Indiano de Administração de Ahmedabad (IIMA) anunciou a decisão de encerrar as obras de restauração de parte do campus projetado por Louis Kahn com os arquitetos indianos Balkrishna V. Doshi e Anant Raje em 1962. A decisão afeta os blocos do corpo docente, o complexo de salas de aula e os dormitórios, exceto o dormitório D15. De acordo com o comunicado, a instituição pretende substituir alguns dos edifícios, uma vez que o complexo “enfrenta danos estruturais, deterioração e se tornou inabitável, representando uma preocupação de segurança para os residentes do campus”. Isso significa uma mudança na decisão de cancelar os primeiros planos de demolição após protestos, anunciada em janeiro de 2021.
Imagine que você tem agendada uma visita à uma edificação muito importante para a história da arquitetura, uma obra-referência para todos os entusiastas do meio. Você provavelmente se equiparia com uma câmera fotográfica ou um bom celular, em alguns casos, levaria lápis, caderno e até uma trena para registrar curiosamente todos os seus aspectos.
Hoje em dia, entretanto, esse não é único meio pelo qual podemos “visitar” uma edificação de importância histórica ou, pelo menos, é o que alguns pesquisadores estão se esforçando em mostrar. Além de todas as facetas assumidas pelo metaverso, está sendo explorado também o seu papel na preservação histórica da arquitetura e da cultura de determinados locais, gerando materiais disponíveis para diferentes gerações.