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Bolívia: O mais recente de arquitetura e notícia

Construindo com terra na América Latina: 12 exemplos na arquitetura contemporânea

Sendo um dos primeiros métodos de construção desenvolvidos pelos seres humanos, a terra batida provou sua resistência e durabilidade ao longo do tempo. Embora as técnicas de construção tenham evoluído e se atualizado com o passar dos séculos, ainda há um longo caminho a ser explorado, onde a compreensão a respeito pelo clima, localização geográfica, sustentabilidade, requisitos estruturais e outros fatores determinam até que ponto elas podem ser aplicadas.

Com baixo impacto ambiental e passível de ser usado em uma ampla variedade de técnicas, como paredes de taipa, esse material oferece a possibilidade de proporcionar não apenas estética, mas também conforto térmico, isolamento e outros benefícios. Com a intenção de descobrir as diferentes formas de utilização, selecionamos cerca de 12 projetos distribuídos pela América Latina, incluindo Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, México, Paraguai, Peru e Equador.

Novo Estádio Bolívar projetado por L35 Architects começa a ser construído em La Paz, Bolívia

A firma L35 Architects não apenas está atualmente trabalhando na reforma do estádio Santiago Bernabeu do Real Madrid na Espanha, mas também projetou um novo estádio na capital boliviana. Selecionada através de um concurso internacional organizado em 2021 pelo Club Bolivar e seu sócio City Football Group, a obra está prestes a começar e espera-se que esteja concluída em 2025.

Entendendo os terraços andinos: infraestrutura natural e paisagem

Nas geografias de encostas e em conjunto com fatores como a precipitação e o excesso de água que promovem o escoamento superficial, produz-se uma série de impactos que levam a processos de perda de solo, água, nutrientes e sementes, com a consequente redução da produtividade agrícola (Posthumus, 2005). Nos contextos montanhosos andinos, esta situação se agrava pela variabilidade e escassez de água, assim como pela dificuldade de retenção da mesma (Canziani, 2007). Diante desses desafios, foram surgindo transformações e modificações territoriais conhecidas como andenes e terraços, que constituem uma das mais antigas práticas infra-estruturais de conservação e manejo hidrológico e do solo. Sua presença física, uso produtivo e importância cultural ainda estão presentes em muitas partes do mundo.

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Conheça os projetos vencedores da Bienal de Arquitetura de Santa Cruz 2022

Entre 25 de março e 3 de abril, ocorreu um dos eventos arquitetônicos mais importantes da Bolívia, a Bienal Internacional de Arquitetura de Santa Cruz 2022 (VIII BASC). Convocada e organizada pelo Colégio de Arquitetos de Santa Cruz (CASCZ), este ano foi realizada de forma híbrida sob o tema principal Reconectar, que alude à situação global de reconexão pós-pandêmica.

O evento teve duas categorias principais para a premiação de obras e projetos, uma nacional e outra internacional, onde a equipe de seleção incluiu o júri composto por Ivo Renato Giroto (Brasil), Martin Padrón (Venezuela), Fabián Dejtiar (Argentina/Chile), Roberto Ameneiro (Espanha) e Carlos Álvarez (Costa Rica). No último dia do evento, os vencedores foram anunciados, e você pode conhecê-los a seguir.

Sesc Parque Dom Pedro II vence prêmio internacional na Bienal de Arquitectura de Santa Cruz 2022

Em um dos eventos de arquitetura mais importantes da Bolívia, um projeto brasileiro levou o primeiro prêmio. O Sesc Parque Dom Pedro II, desenvolvido pelo escritório UNA Arquitetos, sob coordenação de Fernanda Barbara e Fabio Valentim, venceu a categoria Projeto Internacional da Bienal Internacional de Arquitectura de Santa Cruz 2022 (VIII BASC), realizada entre 25 de março e 3 de abril deste ano.

Assentamentos ribeirinhos e o diálogo atemporal entre arquitetura e natureza

Os rios há muito são considerados as artérias da Terra, servindo como a essência das comunidades urbanas à medida que os assentamentos humanos desenvolveram seus abrigos ao longo deles. Séculos depois, a arquitetura ribeirinha permaneceu vital à medida que essas áreas se expandiam para além das tipologias residenciais e aproveitavam estruturas dinâmicas de uso misto e funções públicas. Por mais valiosas que possam parecer, essas paisagens trazem o risco de inundações inesperadas, aumento dos níveis de água ou secas completas, o que obrigou os arquitetos a projetarem ambientes construídos capazes de responder a essas mudanças abruptas. Então, como esses assentamentos foram construídos no passado e como a densificação urbana de hoje e os avanços tecnológicos influenciam na maneira como são construídos?

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Assista ao documentário completo sobre a obra de Freddy Mamani no Youtube

Dirigido por Isaac Niemand, o documentário Cholet: The Work of Freddy Mamani aborda o trabalho do singular arquiteto boliviano, eleito pelo ArchDaily como "uma das personalidades que mais nos inspiraram" em 2015.

Equipe brasileira é premiada em concurso para requalificação de jardim de infância na Bolívia

A proposta do concurso era criar um Jardim de Infância que pudesse atender o maior número possível de crianças, com idades entre 2 e 5 anos, em um bairro carente de Santa Cruz de La Sierra, Bolívia, a partir de uma iniciativa beneficente promovida pelo Teto e Archsharing.

Estes são os 20 finalistas do Prêmio Oscar Niemeyer 2018 para a arquitetura latino-americana

O júri do Prêmio Oscar Niemeyer apresentou as 20 obras finalistas da segunda edição do prêmio. Os organizadores procuram destacar bienalmente o melhor da produção arquitetônica "em momentos de inegável empoderamento e presença da arquitetura latino-americana no contexto internacional".

Emergindo da Rede Bienal de Arquitetura da América Latina (REDBAAL), a iniciativa premia uma obra construída por "seus valores como proposta arquitetônica e tecnológica, sua relação com o contexto, com aspectos sociais, culturais e ambientais". Na edição inaugural do Prêmio Oscar Niemeyer de 2016, o primeiro lugar foi o O lugar para a memória, projetado por Barclay & Crousse (Peru); seguido pela Biblioteca Brasiliana da USP, projetado por Eduardo de Almeida + Mindlin Loeb + Dotto Arquitetos (Brasil) e o terceiro lugar pela Capela San Bernardo, projetado por Nicolás Campodónico (Argentina).

"Devemos reconhecer o valor do local e enriquecê-lo com o global, apropriando-nos de tudo que nos enriquece como povos e sociedades." A arquitetura protege e comunica, é uma realização pública, do qual não podemos abstrair, a cidade também é composta de realizações arquitetônicas, com os quais a arquitetura deve pensar para e da cidade", explica a organização do prêmio no comunicado oficial.

O júri formado pelos arquitetos Carla Juaçaba, Carlos Jiménez, Fabián Farfán, Jean Pierre Crousse e César Shundi avaliou todos os projetos e determinou os vinte selecionados:

Documentário sobre Freddy Mamani explora a conexão entre arquitetura e identidade cultural

No dia 4 de outubro, o Festival de Cinema de Arquitetura de Roterdã foi palco da estreia mundial do documentário Cholet: The Work of Freddy Mamani. Do diretor Isaac Niemand, o filme conta a história do improvável fenômeno da arquitetura da Bolívia, que figurou na lista do ArchDaily de líderes, projetos e personalidades mais inspiradores da arquitetura em 2015.

Freddy Mamani e o surgimento de uma nova arquitetura andina na Bolívia

Resgatada pela arquiteta Elisabetta Andreoli e pela artista Ligia D’andrea no livro “Arquitetura andina da Bolívia”, a invasão midiática desta arquitetura, com a mão de Freddy Mamani -um ex-pedreiro que se tornou engenheiro e construtor- converteu-se na desculpa perfeita para falar sobre tudo no país altiplano: as carências e luxos de uma rápida expansão urbana dispersa no El Alto, a cidade mais jovem da Bolívia; o nascimento de uma nova burguesia aimara diante da indiferença da elite branca; e o nascimento de uma identidade arquitetônica contemporânea que incomoda puristas e enche de orgulho os aimaras, mas que é rejeitada pelas escolas locais de arquitetura.

Confira a seguir o artigo sobre esta nova arquitetura, juntamente com as fotografias de Alfredo Zeballos.

New Yorker publica série de fotografias das obras de Freddy Mamani

Apesar de não ter um escritório, usar computador ou desenhar sobre o papel, o arquiteto boliviano Freddy Mamani Silvestre e sua equipe já construíram mais de 60 projetos em El Alto, a cidade mais alta do mundo. Assim como a maior parte de seus clientes e colegas cidadãos, Mamani é um Aymara e sua obra é caracterizada por fachadas muito detalhadas e coloridas inspiradas no vestuário de seu povo. À luz de seu trabalho visualmente estimulante, o jornal New Yorker divulgou uma impressionante série de fotografias feitas por Peter Granser, com uma introdução escrita por Judith Thurman, mostrando algumas das construções coloridas de Mamani na Bolívia.

Freddy Mamani: "Não é arquitetura exótica, mas uma arquitetura andina que transmite identidade"

Freddy Mamani, arquiteto boliviano, focou sua carreira na construção. Quando criança, passava suas férias brincando com os montes de brita. cimento e areia com os quais trabalhava seu pai. De pedreiro, interessou-se em dar um passo além e acabou estudando engenharia, construção e, recentemente, arquitetura. Aos 42 anos, já ergueu mais de 60 obras em El Alto, local onde mora e é reconhecido por aquilo que denomina "arquitetura andina", uma incipiente definição marcada pela presença de cores vibrantes e elementos geométricos tomados emprestados da cultura Tiahuanaco, antecedente do Império Inca.

Na ocasião do Mês do Desenho, organizado pelo Consejo Nacional de la Cultura y las Artes, conversamos com Freddy Mamani, que nesta entrevista explica as principais referências na construção dessa linguagem local e argumenta contra as críticas do establishment boliviano, incluindo universidade e grêmios.

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La Paz e o teleférico urbano mais alto do mundo

Em maio deste ano foi inaugurada a primeira das três linhas do Mi Teleférico, o novo transporte público que une La Paz com El Alto, a maior população urbana da Bolívia, que totaliza 1,6 milhões de habitantes.

A mais de 4.000 metros de altura e com uma rede de 11 quilômetros – quando as três linhas estiverem em funcionamento – este serviço se tornará o mais alto e extenso do mundo, permitindo realizar deslocamentos em menos tempo - o que diminuirá os congestionamentos que afetam ambas cidades e suprirá 30% da demanda de transporte público.

O projeto, que levou quase quatro décadas para ser implementado, transportará até 18 mil passageiros por hora em um total de 443 cabines.

Conheça mais sobre este projeto a seguir.

O Refúgio / KG Studio + Associates

© Cortesia de KG Studio