Centro Social de Riveira / Carlos Seoane

Curadoria de ArchDaily

Arquitetos: Carlos Seoane; Carlos Seoane
Área: 440 m²
Ano: 2015
Fotografias:Juan Rodriguez
Fabricantes: Augasmestas, Gestión de obra, Mitsubishi Electric, Sograni

O LUGAR

O projeto para o Centro Social de Riveira está localizado em um terreno no município de Ribeira, formando parte do núcleo rural de Oleiros. Um lugar marcado pelo caráter rural das edificações que o rodeiam dentro de uma paisagem dominada pela onipresença do granito. Uma paisagem construída durante séculos por várias gerações que encontraram no território seu meio de subsistência e que entenderam a paisagem como sua primeira identidade. Essa paisagem construída tão antiga é a primeira referência do projeto.

O PÚBLICO

A definição do espaço público é o ponto de partida da estratégia do projeto. O espaço exterior que o edifício abraça alcança na proposta a mesma relevância que o próprio edifício.

O projeto está centrado em criar mais do que um outro objeto construído, preocupando-se em gerar um meio de articulação de seus volumes em um espaço público que sirva para acolher distintos tipos de funções sociais. Essa dimensão pública foi considerada especialmente importante em um entorno rural onde o público se limita quase unicamente ao âmbito dos caminhos e suas intersecções.

Por causa desta estratégia, o projeto fragmenta o programa em dois volumes para, entre eles, estabelecer uma certa tensão e criar entre ambos um espaço público.

O VERSÁTIL

O projeto pretende criar um edifício que possa acolher usos distintos e além disso, podem ser mutáveis durante o tempo.

O volume menor abriga um espaço de oficinas para associações de vizinhos, enquanto o volume maior, situado sobre a borda norte do terreno se resolve como um espaço multiuso divisível através de painéis de correr que possibilitam a fragmentação do espaço em recintos menores, podendo funcionar como um lugar de exposições, auditório para conferências ou salas de aula de tamanhos diferentes segundo as diversas atividades.

Dentro desse entendimento de um edifício de função variável durante o tempo, foi desenhado todo o mobiliário de modo que fosse empilhável e de fácil armazenamento para poder adequar-se aos diferentes usos do volume social - conferência, aulas, oficinas, exposições -sem modificar a estrutura básica dos espaços.

Em última análise, pretendeu-se criar um edifício que respeitasse o entorno, versátil em seu funcionamento e capaz de gerar um espaço público em um lugar onde os espaços de relação são escassos.