As histórias por trás dos 16 vencedores do Prêmio Building of the Year 2017

Depois de duas semanas de nomeações e votações, mês passado anunciamos os 16 vencedores do Prêmio Building of the Year 2017. Além de fornecer inspiração, informações e ferramentas para os amantes da arquitetura de todo o mundo, o ArchDaily procura criar uma plataforma de expressão para as muitas vozes na comunidade global da arquitetura. No Prêmio Building of the Year deste ano, as vozes voltaram a ser ouvidas, com 75.000 eleitores de todo o mundo selecionando 16 vencedores entre os mais de 3.000 projetos publicados.

Em cada um desses projetos estão anos de pesquisa, desenho e trabalho. No espírito do prêmio de arquitetura mais democrático do mundo, compartilhamos as histórias por trás dos 16 edifícios que conquistaram nossos leitores globais com suas intervenções urbanas, humanitarismo, divertimento e grandeza.

Arquitetura da Saúde: Centro de Tratamento de Câncer Maggie Manchester / Foster + Partners

© Nigel Young / Foster + Partners

Na década de 1990, Maggie Keswick Jencks teve uma revelação. Ela estava recebendo tratamento de câncer em hospitais escoceses e começou a pensar que o ambiente estéril e institucional era tão psicologicamente opressivo que estava contribuindo para sua doença. Jencks postulou que, com todo o seu poder prejudicial, a arquitetura também poderia ter uma imensa capacidade de curar. Sob esse ethos, nasceu o Centro Maggie.

© Nigel Young / Foster + Partners

Desde então, 20 Centros de Maggie para tratamento de câncer humanista foram construídos por notáveis arquitetos, incluindo OMA e Zaha Hadid. O Centro Maggie de Norman Foster, na sua cidade natal, Manchester, está a uma curta distância de outro hospital, mas parecem mundos completamente distintos. Com suas muitas janelas de altura total que revelam os jardins exuberantes, o Centro parece ser uma casa nos seus arredores suburbanos; Aparece quase como uma estufa entre os edifícios residenciais de tijolo vermelho. No interior, a madeira e uma paleta de cores quentes ajudam a estabelecer um ambiente acolhedor e caseiro que começa no momento em que se visualiza o projeto à distância.

Arquitetura Industrial: Fazenda Orgânica Tangshan / ARCHSTUDIO

© JIN Wei-Qi

Na arquitetura da industrial Tangshan, China, o bem-estar psicológico dos funcionários não é, muitas vezes, uma preocupação primordial para os arquitetos. Usualmente, os projetos de espaços industriais são focados em sistemas e são destinados a maximizar a produção e eficiência. O ARCHSTUDIO quis desafiar esta narrativa com o atelie de processamento para uma fazenda orgânica.

© JIN Wei-Qi

O projeto encontra inspiração no siheyuan chinês, onde prédios baixos são arranjados em torno de um pátio central. Para traduzir este estilo de habitação tradicional em um espaço apto para o processamento de alimentos, o ARCHSTUDIO ampliou o pátio para que ele pudesse ser usado como um espaço de trabalho, e atribuiu a cada um dos edifícios circundantes uma função como várias salas de máquinas. Uma combinação de madeira e revestimentos translúcidos cria um ambiente de trabalho acolhedor com materiais dentro do orçamento.

Arquitetura Cultural: Filarmônica de Hamburgo / Herzog & de Meuron

© Iwan Baan

Com € 700 acima do orçamento, seis anos de atraso e tão cheia de controvérsia que uma exposição na Bienal de Veneza de 2012 foi dedicada, em parte, para mostrar os desafios que o projeto tinha enfrentado na época, a Filarmônica de Hamburgo de Herzog e Meuron ainda conseguiu ganhar nossos corações, com 220.000 pessoas participando de um concurso para ganhar ingressos para sua abertura em janeiro. O núcleo cultural e seu programa cívico foram recebidos de braços abertos por seus visitantes e vizinhos.

© Iwan Baan

O projeto apresenta a cidade ao povo, combinando qualidade, atividades locais culturais com uma praça e um terraço destinado a ser apreciado por todos. Como a votação deixa claro, reapropriação caprichosa e democrática do armazém Kaispeicher de Herzog e de Meuron parece ter sido nobre o suficiente para compensar o passado difícil do projeto.

Residencial: VIΛ 57 West / BIG

© Iwan Baan

Indiscutivelmente o projeto mais esperado de 2016, o "arranha-céu" de 34 pavimentos é o primeiro projeto do BIG a aparecer no horizonte de Nova York. A assimetria íngreme da torre residencial permite que a luz natural flua para o pátio, inspirado em Copenhague, e para os apartamentos interiores, enquanto as unidades mantêm a densidade de um arranha-céu norte-americano.

© Iwan Baan

A presença do BIG em Nova York criou um zumbido em uma cidade onde a arquitetura de classe mundial é comum o suficiente para ser maçante para a maioria dos moradores - talvez porque seu conceito de pátio evocar a comparação com Central Park cercado por arranha-céus. Mesmo antes de sua conclusão, o edifício foi aclamado como um novo ícone de NYC e tem sido assunto de uma quantidade aparentemente infinita de reportagens.

Residências: Casa Cabo de Vila / spaceworkers

© Fernando Guerra | FG+SG

Ao responder a uma solicitação do cliente para projetar uma casa que não se parece com uma casa "comum", a Casa Cabo de Vila usa a paisagem circundante como um guia para uma arquitetura individual, e não um desafio . As lajes baixas, em camadas de concreto, dobram-se e esticam-se através do vale e sua fluidez ecoa no interior sem paredes.

© Fernando Guerra | FG+SG

Um cuidadoso equilíbrio com o ambiente circundante é uma especialidade do escritório que também ganhou a categoria de Habitação no Prêmio Building of the Year de 2015 com a Casa de Sambade. Neste, e em outros projetos residenciais passados, o escritório utilizou a geometria reta de Corbusier, embora as curvas orgânicas que definem o concreto de Casa Cabo de Vila e a forma do vidro são um afastamento desta tradição. Eles ainda suavizaram a edificação para a extensão plana em torno dela, além de criar a aparência distinta solicitada pelo cliente.

Arquitetura Comercial: Crystal Houses / MVRDV

© Daria Scagliola & Stijn Brakkee

Com demasiada frequência, a arquitetura local é destruída para dar lugar a áreas comerciais cada vez mais homogeneizadas. O desenho torna-se uma consequência da economia e edifícios antigos desprotegidos muitas vezes perdem as batalhas para o desenvolvimento. As Crystal Houses do MVRDV aproveitam para atrasar este processo na rua comercial de luxo de Amsterdã, PC Hooftstraat, preservando o estilo dos apartamentos transformados em lojas que ocupam o atual espaço urbano.

© Daria Scagliola & Stijn Brakkee

Em um esforço de criar mais espaço de varejo interior, novas leis de zoneamento em Amsterdã permitem que os edifícios sejam estendidos verticalmente. Para evitar destruir completamente o caráter dos prédios de apartamentos de tijolos holandeses, o MVRDV criou uma fachada de tijolo de vidro que imitava o estilo antigo e desvanece-se de volta em tijolo de terracota acima do nível da rua. O tijolo de vidro é resultado das experiências recentes do MVRDV como em projetos anteriores a exemplo da pintura cerâmica digital e uma cozinha transparente, mas esse desenvolvimento é, sem dúvida, o mais ambicioso. Crystal Houses é um local atraente para uma loja emblemática que atrai varejistas e compradores sem desconsiderar completamente o caráter existente da arquitetura tradicional da área.

Arquitetura Religiosa: Capela San Bernardo / Nicolás Campodonico

Cortesia de Nicolás Campodonico

A Capela San Bernardo fica no antigo terreno de uma casa rural em Córdoba, Argentina. O projeto é tão humilde quanto parece: Campodonico presta homenagem às raízes geológicas do local, utilizando o tijolo centenário da estrutura anterior para construir a nova capela. O edifício novo assenta-se quietamente em um campo vazio e tira pouca atenção do ritual diário que acontece dentro.

Cortesia de Nicolás Campodonico

Sem eletricidade, a Capela San Bernardo usa luz natural para completar a iconografia cristã do projeto, de uma forma que remete à Igreja da Luz de Tadao Ando. Os feixes verticais e horizontais colocados acima da entrada criam uma sombra projetada na parede da capela. Campodonico tem utilizado a temporalidade do sol, com as sombras desses feixes separadas se cruzando lentamente à medida que o dia termina, completando a cruz a cada dia. Um tanto paradoxal, um elemento-chave desta história do projeto é seu sucesso online; A pequena e modesta capela da Argentina rural parece ter comovido todo o globo. Como projeto do mês na nossa página do Facebook, em junho, recebeu quase 10.000 likes.

Escritórios: Torre BBVA Bancomer / LEGORRETA + LEGORRETA + Rogers Stirk Harbour + Partners

© Lourdes Legorreta

O Parque Chapultepec da Cidade do México é um dos maiores do mundo. É o lar de dez museus, jardins bem cuidados, monumentos e agora está cercado pela certificada LEED-Gold, torre de 50 pavimentos, BBVA Bancomer.  Ela se debruça sobre o parque e a cidade, agindo como um portal entre os dois. Desde a treliça inspirada no patrimônio cultural mexicano ao programa da torre, o espírito do parque se reflete no uso da tradição arquitetônica mexicana e estrangeira para construir um espaço que incentiva a comunicação entre os funcionários.

© Roland Hale

O lobby é uma área dinâmica para observar os membros da empresa e seus três pavimentos de espaços abertos ajudam a promover um sentido de comunidade. Na torre acima, layouts diagonais para escritórios aproveitam as vistas deslumbrantes, que são ainda mais enfatizadas pelo espaço ao ar livre compartilhado a cada nove pavimentos.

Melhores Produtos Aplicados: Reforma do Pavilhão Dufour Château De Versailles / Dominique Perrault Architecte

© Christian Milet

Em 2003, o Ministério da Cultura da França anunciou o início de uma iniciativa de 20 anos para uma restauração, em grande escala, do Palácio de Versalhes, a primeira iniciativa desse tipo desde o século XIX. A proposta de Dominique Perrault ganhou em um concurso para restaurar o Pavilhão Dufour. Destinado a receber visitantes do palácio, o Pavilhão original foi construído no século XVII e parcialmente remodelado no início do século XIX.

© Christian Milet

Este projeto de renovação aborda um dos desafios na conversão de um edifício histórico em um museu. Como o programa de Versalhes não se destinava aos milhões de visitantes circulantes que agora recebe anualmente, Dominique Perrault projetou um novo tipo de espaço para tornar a função do palácio um museu, com um café, loja de presentes, auditório e entrada. O salão de recepção reinterpreta os materiais opulentos do interior do palácio em formas contemporâneas que saltam luz dourada em todo o espaço e criam um ponto de transição que honra e moderniza alguns dos materiais mais famosos do palácio: ouro e espelhos. O projeto resultante oferece aos visitantes uma boa introdução a um dos maiores marcos arquitetônicos do mundo.

Arquitetura em pequena escala: Pavilhão de Pesquisa ICD-ITKE 2015-16 / ICD-ITKE Universidade de Stuttgart

Cortesia de ICD-ITKE University of Stuttgart

O Instituto de Design Computacional e Construção da Universidade de Stuggart tem trabalhado na interseção entre arquitetura, engenharia e biologia há anos. Em 2011, ICD introduziu as ciências naturais em seu pavilhão de pesquisa anual e os alunos analisaram as estruturas formais de asas de besouro, ninhos de aves e artrópodes. O pavilhão deste ano trouxe a morfologia das bolachas-do-mar e dos ouriços-do-mar no ambiente construído usando placas de madeira segmentadas.

Cortesia de ICD-ITKE University of Stuttgart

Uma equipe de arquitetos, engenheiros, biólogos e paleontólogos passou um ano e meio trabalhando no pavilhão de 2016, combinando design humano e pesquisa com construção robótica. Embora o design computacional não seja mais uma novidade, o ICD vem fazendo progressos no projeto robótico nos últimos anos, com este projeto em particular empregando um braço robótico KUKA para costurar as conchas de madeira compensada dobradas.

Arquitetura Educacional: Jardim de Infância Frederiksvej / COBE

© Rasmus Hjortshoj

Uma tendência recente na arquitetura norte-europeia são os edifícios institucionais de tamanho médio divididos em segmentos menores, a fim de combater a natureza intimidante desses projetos que podem, tão facilmente, tornarem-se estéreis e pouco convidativos. Projetos como o Centro de Aconselhamento sobre Câncer do EFFEKT (vencedor da categoria arquitetura de saúde 2015), Casa de Acolhimento para Menores do CEBRA, Livsrum do Polyform e outros, todos brincam com escala e forma para criar edifícios institucionais que refletem o ethos humanista de seus ocupantes.

© Rasmus Hjortshoj

Usando um modelo semelhante, o jardim de infância de Frederiksvej do COBE, na Dinamarca, estabeleceu-se com a missão de fornecer o ambiente mais nutritivo possível para o desenvolvimento dos seus alunos como uma "aldeia para crianças". O desenho final permite um jogo íntimo, imaginativo e sazonal devido as suas muitas habitações e pavimentos. Esta não é a primeira vez que COBE concebe um jardim de infância que se parece com pequenas casas, mas Frederiksvej também incorpora a forma quintessencial baseada no desenho de uma casa de uma criança, tornando a ideia de "escola" ainda menos assustadora. A empresa encontrou sucesso em atender diretamente às necessidades de seus pequenos visitantes, se livrando de preconceitos de como um jardim de infância deve ser.

Reforma: Ediício Stealth / WORKac

© Bruce Damonte

As adições nas coberturas de Nova York são notoriamente complicadas. Por causa da Comissão Landmark, não são permitidas adições de cobertura que podem ser vistas a partir da rua em edifícios e lugares históricos. Como um dos edifícios icônicos de ferro fundido de Nova York, o Stealth é um desses locais, e seu lote adjacente apresenta um problema ainda maior devido à sua maior visibilidade.

© Bruce Damonte

Para tornar a adição no telhado uma realidade, WORKac ousou na geometria. Ao calcular um "cone de visão" a partir dos frontões do edifício e do seu vizinho para a rua, a empresa foi capaz de encontrar um ponto cego na sombra do telhado. Trabalhando em ângulos para combinar com o ponto cego criou uma forma escultural que contém uma cozinha, closet, banheiros e até mesmo um pequeno jardim, tudo completamente escondido da rua.

Arquitetura pública: Terminal de Cruzeiros de Leixões / Luís Pedro Silva Arquitecto

© Fernando Guerra | FG+SG

O porto de Leixões está entre os quatro maiores em Portugal. Recentemente, passou por uma construção para acomodar maiores navios de cruzeiro e o terminal de Luís Pedro Silva é a nova aquisição do cais. O projeto encontra-se entre três destinos principais: o Oceano Atlântico, a cidade do Porto e o seu bairro Matosinhos, onde estão as famosas piscinas de água salgada de Alvaro Siza e o maior projeto de desenvolvimento costeiro de Eduardo Souto de Mora, ambos frequentados por turistas. O terminal reconhece que é mais de um nó transitório e menos de um ponto de parada final, daí seus três "tentáculos" que se arremessam em direção aos terminais circundantes.

© Fernando Guerra | FG+SG

O Terminal de Cruzeiros de Leixões também abriga um restaurante, salas de eventos e o Parque Científico e Tecnológico do Mar da Universidade do Porto, proporcionando integração com o tecido urbano circundante. De uma certa distância, as formas fluidas do terminal refletem o movimento do mar, que também cria uma abertura brilhante dentro do espaço. De perto, o edifício revela a sua textura - uma superfície dinâmica construída por artesãos locais que se engaja com a percepção visual dos visitantes do espaço.

Arquitetura de Interiores: Hubba-to / Supermachine Studio

© Wilson Tungthunya

Nos últimos dois anos, a classe média do Sudeste Asiático tem visto um número crescente de freelancers domésticos e estrangeiros que trabalham em casa. Assim como na Europa e nos Estados Unidos, esses criativos flutuantes começaram a alimentar uma demanda por novos espaços de coworking. Este projeto é o quarto em Bangkok, mas o primeiro a se concentrar no objetivo-chave de sua oferta coworking.

© Wilson Tungthunya

O design da Supermachine Studio coloca centros em torno do que chama de "espaço artesanal", com estúdios de arte, câmara escura e cozinha. Ao aproximar-se do local, a empresa notou uma abundância de tubulações expostas. Enquanto elas são sempre um desafio para os arquitetos ao trabalhar com um espaço que já foi construído, Supermachine optou por não só mantê-las expostas, mas enfatizá-las em azul néon. O resultado é um dinamismo industrial que, como os projetos "Expressionistas Estruturais", como o Centro Pompidou, não tem medo de expor suas entranhas ao mundo.

Hospitalidade: Cafeteria Yellow Submarine / Secondfloor Architects

© Ketsiree Wongwan

Outra vitória do Building of the Year para a Tailândia, a Cafeteria Yellow Submarine resiste à linguagem arquitetônica do turismo que tomou conta da área. Aninhada em uma floresta de mogno indiano, a cafeteria tanto significa quanto confere significado à área circundante usando um desenho complementar que chama a atenção para elementos naturais como a copa das árvores e chão suavemente inclinado. A cafeteria adentra na floresta como um meio de criar um ambiente para os clientes.

© Ketsiree Wongwan

A estrutura não se opõe ao seu ambiente natural e também não é sufocada por eles. A rica materialidade nas paredes de alvenaria, superfícies pintadas, madeira e cascalho desenvolvem uma textura visual em camadas na luz abaixo das árvores. O projeto depende da colocação para gerar tráfego para o local, em vez de permitir que o tráfego determine o tipo de local que será.

Arquitetura Esportiva: Estádio Sonora / 3Arquitectura

© Alexander Potiomkin

O Estádio de Sonora, no México, situa-se numa complexa rede de relações espaciais. Por um lado, está localizado na Reserva da Biosfera El Pinacate - um Patrimônio Mundial da UNESCO - estando necessariamente conectado à natureza. É também a primeira atração turística em potencial em uma nova área de desenvolvimento urbano e um campo de beisebol totalmente funcional que espera hospedar equipes da liga principal.

Cortesia de Gobierno del Estado de Sonora

O exterior é gestual; uma cobertura cobre-colorida envolve a circunferência do edifício. A cor é ecoada nas paredes de tijolo do estádio, todas mantendo os tons avermelhados do deserto circundante de El Pinacate.

Sobre este autor
Cita: Baranyk, Isabella. "As histórias por trás dos 16 vencedores do Prêmio Building of the Year 2017" [The 16 Stories Behind the 2017 Building of the Year Award Winners] 09 Mar 2017. ArchDaily Brasil. (Trad. Sbeghen Ghisleni, Camila) Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/806719/as-historias-por-tras-dos-16-vencedores-do-premio-building-of-the-year-2017> ISSN 0719-8906

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