Conceitos de economia que todo arquiteto deveria conhecer

Falamos de sustentabilidade, habitabilidade e uso do solo para descrever um projeto, porém, evitamos outros termos relativos a ele, como rentabilidade, mais valia e externalidades, simplesmente por não sabermos como usá-los. A arquitetura não existe fora da economia e, na verdade, o modo como construímos cada edifício afeta diretamente a economia das nossas cidades.

Entre tantos parâmetros que restringem um projeto, a arquitetura se torna um mediador entre as especialidades e é muito importante falar a língua de cada uma. Por isso, neste artigo você vai entender facilmente alguns conceitos econômicos básicos que se relacionam com a disciplina de arquitetura.

Imóveis

Bens que têm uma posição fixa no espaço e não podem se mover. São os terrenos, edifícios, fazendas ou outros tipos de construções (basicamente, a arquitetura).

Espaços Comunitários

Propriedade cuja apreciação não é exclusiva de um indivíduo. Parques e espaços públicos se enquadram nesta categoria.

Bolha Imobiliária

Aumento excessivo e injustificado de imóveis, geralmente causado por especulação. A bolha imobiliária de 2008 foi causada devido à especulação como resultado de pagamentos de hipoteca fictícios (pessoas pagaram o seu crédito com mais crédito), fazendo parecer que a demanda do mercado continuava a crescer.

Custo de Oportunidade

O lucro máximo que poderia ter sido obtido a partir de investimento em outras opções que não aquelas em que você investiu.

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Ciclo Econômico

Os estágios de expansão e contração da atividade econômica experienciada pela indústria, um fato que ocorre em determinados períodos de tempo.

Crédito Hipotecário

Um empréstimo em que o pagamento de juros e capital é garantido pelo registro de propriedade. A maior parte das construções são financiadas assim.

Commodities

Bens primários comercializados internacionalmente. Por exemplo: grãos, metais, produtos de energia (petróleo, carvão, etc.), café, algodão, etc. Construções dependem principalmente desses produtos e um aumento no preço deles irá afetar diretamente o preço da obra que estamos construindo.

Poupança e Sociedades de Crédito

Instituições financeiras cuja função é promover a poupança privada e conduzir a indústria da construção através de empréstimos hipotecários. A captação de recursos é feita por meio de contas de poupança, depósitos ordinários e certificados de depósito.

Externalidades

Benefícios ou custos sociais decorrentes do exercício de uma atividade privada para partes não incluídas nesta atividade. Um exemplo de uma externalidade negativa é o tráfego produzido por um edifício com muitas vagas de estacionamento, em que o dano é sofrido pelo bairro, mas não é uma despesa com que o empresário tem que arcar diretamente.

Uma externalidade positiva foi o aumento do turismo gerado pela construção do Museu Guggenheim, em Bilbao, o que significou um aumento em hotéis, vendas, restaurantes, etc.

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Demanda

Quantidade de bens ou serviços desejados por um mercado. Por exemplo, quantas pessoas procuram uma casa ao mesmo tempo.

Depreciação

Desgaste ou perda de valor de um bem (casa, carro, eletrodomésticos, etc.) devido ao uso e função, que não pode ser compensado por reparos, manutenção e até mesmo pela substituição de todos os componentes. Os terrenos, por lei, não estão sujeitos à depreciação, mas estão sujeitos a alterar as regras e as externalidades do contexto.

Economias de Escala

Qualquer situação de produção em que o custo por unidade produzida diminui à medida que o número de unidades produzidas aumenta.

A arquitetura geralmente falha neste campo, uma vez que em muitos casos a produção em massa reduz a qualidade. 

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Despesas de Investimento

Gasto público com a intenção de aumentar o capital público; infra-estruturas públicas, tais como escolas, estradas nacionais, e parques.

Investimento

Colocação de fundos em um projeto (operacional, financeiro, imobiliário, etc.) com a intenção de gerar lucro no futuro.

Oferta

Quantidade de bens ou serviços que estão disponíveis para serem vendidos no mercado. Por exemplo, o número de apartamentos à venda em uma cidade.

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Participações Hipotecárias

Participação de um terceiro em uma porcentagem de uma hipoteca. Geralmente utilizada quando se trata de grandes obras de infraestrutura, construção ou aquisição de edifícios de alto valor.

Ganhos de Capital

Aumento do valor de um objeto, por razões que lhes são extrínsecas.

A existência de um parque traz um aumento no valor da propriedade ao lado, já que mais pessoas preferem viver perto de um espaço público.

Rentabilidade

A relação entre o utilitário fornecido e capital investido (renda - despesas).

A economia nos diz que quanto maior a habitabilidade, mais elevados serão os retornos (quanto mais eu construo, mais eu vendo). No entanto, isso cria cidades sem critérios de projeto e pouco valor habitável.

Avaliação

Relatório ou documento para determinar o valor do imóvel no mercado em relação à oferta e à procura em determinado momento.

Fontes

Sobre este autor
Cita: Uribe, Begoña. "Conceitos de economia que todo arquiteto deveria conhecer" [Conceptos de economía que toda arquitecta y arquitecto debería manejar] 06 Out 2016. ArchDaily Brasil. (Trad. Moreira Cavalcante, Lis) Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/796447/conceitos-de-economia-que-todo-arquiteto-deveria-conhecer> ISSN 0719-8906

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