Espaço e alteridade: a imagem de Bogotá através do tempo

Corrida Sétima.. Imagem Cortesia de Simón Fique

Os efeitos produzidos pela passagem do tempo sobre as cidades deixam complexos rastros de uma história que sedimenta na fotografia parte da nossa memória. Laura Sáenz e Simón Fique, arquitetos de Bogotá, empreenderam uma pesquisa que pretende reconstruir, por meio do registro fotográfico, as transformações arquitetônicas e espaciais de Bogotá. 

Sob o nome "Espaço e alteridade: a imagem de Bogotá através do tempo", este projeto parte da identificação da capital colombiana como uma das mais importantes na América Latina, e graças ao prolífico patrimônio visual e artístico, é possível compreender o reconhecimento da rápida transformação que sofreu depois da época da violência, em meados do século XX. 

Espaço e alteridade: a imagem de Bogotá através do tempo - Mais Imagens+ 14

Inspirados nos trabalhos de Halley Docherty, Oscar Farje e Shawn Clover, a iniciativa de sobrepor o registro fotográfico de décadas anteriores sobre uma vivência atual, inicia um diálogo entre a imagem e a cidade desde diferentes momentos. Tal metodologia converte-se na maior compreensão sobre o acumular do tempo e a profunda metamorfose tangível e intangível que proporciona à matéria e ao espaço uma inegável voz e sensibilidade. O jogo de alteridade entre a experiência do público percebido nestes dois momentos, produz um efeito de corporeidade que emerge do encontro com o outro, com sua visão e representação do mundo.

Praça de Bolívar. Imagem Cortesia de Simón Fique

O reconhecimento da história arquivista, proporcionada pelo Arquivo Geral da Nação, permitiu estabelecer categorias desde as quais se estruturará o estudo, cuja delimitação atendeu a distinções encontradas nas imagens a respeito do espaço, da vida urbana, técnica, influências internacionais, materialidade e as marcas da história.

Praça de Bolívar. Imagem Cortesia de Simón Fique

Nesta primeira etapa do projeto, trabalham cinco prestigiosos fotógrafos colombianos que desde sua condição de reportes gráficos, inquietos seguramente pela configuração da cidade e da arquitetura como cenário das suas matérias jornalísticas sociais, retrataram desde a conjuntura da história de Bogotá até os mais simples detalhes da vida cotidiana. 

Rua de Carmen. Imagem Cortesia de Simón Fique

O testemunho que deixaram permite que a cidadania se reconheça a si mesma e reconheça sua experiência desde o público; a cidade como cenário da vida pública. E por meio deste exercício, diagnosticar o estado de conservação ou deterioração produtos desta situação de transitoriedade. 

Hernán Díaz Giraldo: Fotografias de 1960 – 1980

A Macarena. Imagem Cortesia de Simón Fique

Sua carreira começou com trabalhos como fotógrafo em revistas dos Estados Unidos como Life and Time. Também em jornais como Christian Science Monitor e New York Times. Trabalhou a nível nacional com o El Espectador, La Nueva Prensa e revista Cromos, publicações colombianas. Abre Memorabilia, primeira galeria de fotos do país. Em 1970 funda o escritório de fotografia.

Jorge Silva: Fotografias de 1960 – 1980

Praça de Bolívar. Imagem Cortesia de Simón Fique

Trabalhou em diferentes curtas documentários desde 1965 como "Días de papel", "El hombre de sal", "Monserrate", "Chircales" e "El ojo del fotógrafo".  Trabalhou para instituições estatais e dirigiu o seminário sobre metodologia de pesquisa e cinema documental na faculdade de comunicações da Universidade Jorge Tadeo Lozano. Sua história arquivista compreende aproximadamente 7000 fotografias em 35m, das quais 4000 são em preto e branco. Considera-se que a obra fotográfica de Jorge Silca possui importância como memória gráfica da cidade por registrar os pontos mais conflitivos da sociedade de Bogotá do seu tempo.

Leo Matiz: Fotografias de 1930 – 1995

Praça de Bolívar. Imagem Cortesia de Simón Fique

Fotógrafo, repórter gráfico e caricaturista. Orientou seu trabalho ao relatar fatos sociais, culturais e políticos de relevância histórica. Trabalhou no jornal El Tiempo, Colômbia, onde substituiu a caneta pela câmera. Recorreu todo o país registrando-o. Em 1940 viaja a Cidade do México, onde trabalha na indústria cinematográfica junto com Manuel Álvarez Bravo e Gabriel Figueroa. Também trabalhou em Nova York com a Pix Corporation.

Sady González: Fotografias de 1940 – 1979 

Av. Jiménez. Imagem Cortesia de Simón Fique

Repórter gráfico de fatos políticos, problemáticas sociais e urbanas. Foi o fotógrafo do partido Liberal. Montou o primeiro estúdio independente de fotografia deste gênero na Colômbia "Foto Sady", onde produzia para jornais como: El Liberal, La Razón, Comandos, El Siglo, El Tiempo, El Espectador e revistas como Cromos, Semana e Estampa, todas publicações colombianas. Sua obra é reconhecida porque registra momentos significativos para a nação, focando também em fatos cotidianos da sociedade na cidade. 

Viky Ospina: Fotografias de 1960 – 1986

Corrida Sétima.. Imagem Cortesia de Simón Fique

Repórter gráfica com interesse em tema como trabalho e insurgência. Estudou filosofia e letras em Madri, Espanha. Em 1968 faz sua primeira matéria influenciada por Man Ray, Dorotea Lange, Robert Capa, Timothy Ross, entre outros. Começou como repórter no E País, também trabalhou para revistas nacionais como Cromos, Agencia Internacional de Noticias Renters, jornais como El Tiempo, El Espectador, El Pueblo, Diario Caribe, entre outros. Revista Diners, Serie Yuruparí e Gaceta. Internacionalmente com Business Week e o jornal Washington Post. 

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Sobre este autor
Cita: Quintero. "Espaço e alteridade: a imagem de Bogotá através do tempo" [Espacio y alteridad: la imagen de Bogotá a través del tiempo] 10 Mai 2016. ArchDaily Brasil. (Trad. Sbeghen Ghisleni, Camila) Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/786584/espaco-e-alteridade-a-imagem-de-bogota-atraves-do-tempo> ISSN 0719-8906

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