O que podemos aprender com o "novo brutalismo" dos Smithsons em 2014?

O que podemos aprender com o "novo brutalismo" dos Smithsons em 2014?

Alison Gill, posteriormente conhecida como Alison Smithson, foi uma das arquitetas brutalistas mais influentes da história. No ano em que completaria 86 anos, investigaremos como o impacto de sua arquitetura, produzida em parceria com Peter Smithson, ainda ressoa no século XXI, sobretudo no Pavilhão Britânico da Bienal de Veneza deste ano. Com o edifício Robin Hood Gardens, em Londres - um de seus mais famosos projetos de habitação social em grande escala - ameaçado de demolição, como pode seu estilo - aclamado por Reyner Banham em 1955 de "novo brutalismo", influenciar futuros projetos de habitação?

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Alison conheceu Peter enquanto estudava em Newcastle, na Durham University, e a dupla recebeu sua primeira comissão antes mesmo de completar trinta anos. O projeto Hunstanton Secondary Modern School (Norfolk, 1949-1954) ofereceu aos Smithsons a rara oportunidade de concretizar sua ousada visão. Quando visitaram o CIAM IX, em Aix-en-Provence (1953), sua visão se tornara clara: definir uma nova abordagem do modernismo, retornando a um momento anterior ao Estilo Internacional (praticado por muitos arquitetos, como Mies van der Rohe). Sua arquitetura, embora explorasse a eficiência da produção em casa e da pré-fabricação, estaria ancorada ao local. A estrutura de aço e tijolos de Hunstanton é frequentemente citada como a expressão mais clara de suas primeiras ideias.

Hunstanton Secondary Modern School, Norfolk, 1949-1954

Nos anos 60, tendo trilhado um novo caminho na arquitetura britânica, Alison e Peter tiveram a oportunidade de projetar um conjunto habitacional em Robin Hood Gardens, Londres. Cunhando a frase "ruas no céu" para descrever o programa de apartamentos empilhados, o termo logo se tornou simbólico das falhas estruturais e alta taxa de criminalização que assolaram o projeto, ocultando os ideais utópicos de habitação social que os arquitetos originalmente almejavam. Sua penúltima grande comissão, essa obra se tornou evocativa daquilo que agora é visto como um momento crucial na arquitetura britânica do pós-guerra.

Robin Hood Gardens, Alison e Peter Smithson
"Ruas no céu" no Robin Hood Gardens, Alison e Peter Smithson

A exposição A Clockwork Jerusalem, no pavilhão britânico na Bienal de Veneza deste ano, é o produto de anos de pesquisa dos escritórios FAT Architecture, de Londres, e Crimson Architectural Historians, de Roterdã. A instalação, uma enorme quantidade de terra na entrada da instalação, não é apenas uma ligação direta com a pequena colina circular no centro de Robin Hood Gardens, mas é, na realidade, feita da mesma terra coletada da colina artificial no conjunto habitacional.

The Mound, Bienal de Veneza 2014. Imagem © James Taylor-Foster

Em consonância com o tema Absorbing Modernity, proposto para a Bienal deste ano por Rem Koolhaas, os curadores Sam Jacob e Wouter Vanstiphout demonstraram que o estilo arquitetônico que teve os Smithsons como pioneiros é indicativo de uma resposta particularmente britânica às questões da habitação e planejamento no pós-guerra. No que Jacob descreve como uma era que "viu a mudança para uma condição globalizada da modernidade e da economia", talvez agora possamos apreciar plenamente não apenas o que os Smithsons representaram, mas também como esta arquitetura "para as pessoas" se perdeu no tempo. Atualmente o acesso à habitação está atingindo níveis perigosos em Londres. É possível argumentar que, embora projetos como o Robin Hood Gardens estivessem fadados a problemas, a ideia fundamental por trás deles é, em parte, o que falta na profissão hoje em dia.

Saiba mais sobre os Smithsons aqui.

Referências: Design Museum

Sobre este autor
Cita: Taylor-Foster, James. "O que podemos aprender com o "novo brutalismo" dos Smithsons em 2014?" [What Can Be Learnt From The Smithsons' "New Brutalism" In 2014?] 10 Jul 2014. ArchDaily Brasil. Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/623804/o-que-podemos-aprender-com-o-novo-brutalismo-dos-smithsons-em-2014> ISSN 0719-8906

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