Porque a arquitetura tem que ouvir suas mulheres esquecidas

Cortesia de Women in Architecture, via Metropolis Mag

Publicado por Alexandra Lange originalmente na Metropolis Magazine como "Architecture's Lean In Moment."

"As mulheres são os fantasmas da arquitetura moderna, sempre presentes, cruciais, mas estranhamente invisíveis", escreveu a historiadora Beatriz Colomina em "With, Or Without You", ensaio do catálogo de 2010 do museu de Arte Moderna: Modern Women. "A arquitetura é altamente colaborativa, mais como a cinematografia do que a arte visual, por exemplo. Mas ao contrário dos filmes, isto é raramente reconhecido".

Colomina prossegue, registrando a história das mulheres esquecidas do modernismo, reconhecidas, quando muito, por ter trabalhado "com" Mies van der Rohe, Le Corbusier, Alvar Aalto, ou Charles Eames. Para se colocar no lugar de Lilly Reich, Charlotte Perriand, e Aino Aalto, simplesmente assista o casal Eames no Home Show em 1956, quando Ray é apresentada indignamente como a "mulher hábil por trás de Charles", que entra após ele gracejar com a apresentadora Arlene Francis.

Neste semestre, esses fantasmas voltaram para nos assombrar: Arielle Assouline-Lichten, estudante da Faculdade de Design de Harvard, divulgou trechos de uma entrevista com Denise Scott Brown no qual ela menciona a própria omissão do Prêmio Pritzker do parceiro Robert Venturi em 1991. "Me devem não um Prêmio Pritzker, mas sim uma cerimônia de inclusão no Pritzker", Scott Brown diz. "Saudemos a noção de trabalho colaborativo".

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Assouline-Lichten acabara de reestabelecer o grupo de estudos Women in Design da GSD com Caroline James; ela mandou um email para James, três horas depois elas lançaram uma petição online pelo reconhecimento de Scott Brown pelo Comitê do Pritzker em Change.org. No fim de maio a petição tinha mais de 12.500 assinaturas, incluindo nove premiados pelo Pritzker: Robert Venturi (“Denise Scott Brown é minha parceira, semelhante e inspiradora”); Rem Koolhaas (“uma injustiça vergonhosa”); e Jacques Herzog e Pierre de Meuron. Colomina escreveu simplesmente, “Somos todas Denise”.

Mais especificamente, quase todos somos Denise: vivendo, trabalhando na arquitetura, não-ganhadores do Pritzker. A petição das estudantes nasceu do desejo de apoiar Scott Brown. Mas o mais importante é a atenção dada pela mídia de massa à antiga e aflitiva desigualdade de gênero na arquitetura.

A utilidade de prêmios é sempre algo questionável, mas o Pritzker sempre foi um caminho para os noticiários: o vencedor de 2012 Wang Shu entrou na lista das 100 pessoas mais influentes do mundo da revista TIME esse ano. Somente um Pritzker ou um MacArthur parece garantir a um arquiteto um perfil no New York Times. A petição subverteu o valor dessa publicidade. Apoiando uma heroína marginalizada, as estudantes estavam fazendo acontecer: causaram comoção, exigiram espaço, agiram coletivamente. Quem quer deixar a escola de arquitetura pensando que o máximo que se pode alcançar é uma menção em um Pritzker por volta do quinto parágrafo? James lia Sheryl Sandberg e entendeu aquele como um momento de mudança: “Parte do meu trabalho é fazer desta uma profissão melhor para mim.”

Existem dois lados no caso de Denise Scott Brown. O primeiro é o lugar de fato das mulheres na arquitetura. Como Scott Brown disse à revista Architect: "Ouvi coisas como 'As moças poderiam dar licença para fotografarmos os arquitetos'? Para o que eu respondia 'Eu sou uma arquiteta'. E diziam 'Pode, por favor, nos dar licença'"?

Nossos fantasmas de hoje tem menos chances de serem mulheres trabalhando em parceria; a maior parte dos casais que trabalham juntos atualmente se esforça mutuamente para manter-se no quadro. Pelo contrário, são mulheres que abandonam a carreira na primeira década após formadas ou que, relegadas a trabalhar com interiores ou cargos burocráticos, nunca chegam a estabelecer parcerias. De ambas as maneiras, é um prejuízo. Hierarquias veladas provam-se notavelmente duráveis.

O outro lado é a questão das parcerias ou, amplamente, as colaborações, e o modo como os historiadores, críticos, júris e profissionais reconhecem a realidade tecnológica complexa da produção de arquitetura atual. Quando Scott Brown pediu sua inclusão, a segunda parte da sua declaração era igualmente importante: "Saudemos a noção de trabalho colaborativo". O Pritzker fez isso em 2001, quando o comitê reescreveu suas regras para premiar conjuntamente Herzog & de Meuron.

O que levanta dois questionamentos. Primeiro, poderia ter sido diferente? E segundo: e quanto aos seus outros parceiros, incluindo Christine Binswanger? Uma vez que decidido que a criatividade pode ser compartilhada, faz sentindo restringi-la a duas pessoas? Não mencionar Scott Brown até o quinto parágrafo é falta de consideração o suficiente, mas havia ainda outros que contribuíram para o prêmio de Venturi que também poderiam ser incluídos: o coautor Steve Izenour, o parceiro John Rauch; e além do escritório, engenheiros, paisagistas, consultores, fornecedores. Mesmo introspectivos como Peter Zumthor e Glenn Murcutt não trabalham sozinhos. Expor a política de gênero retrógrada revela muito de uma profissão que mudou muito, exceto na hierarquia. Se a arquitetura quer ser mais para o mundo que apenas os 26 ganhadores do Pritzker, não são apenas as mulheres que precisam começar a receber seus créditos (e seus honorários).

Quando comecei a reportar sobre a petição do Pritzker para Scott Brown, Lean In [Faça Acontecer - Mulheres, Trabalho e a Vontade de Liderar, da editora Companhia das Letras] aparecia repetidamente. Independente de críticas ao foco corporativista de Sandberg, o livro levantou uma discussão sobre a igualdade de gênero inalcançada no espaço de trabalho - na qual a arquitetura se encontra muito atrasada comparada ao mundo dos negócios, à medicina e ao direito.

“É o momento fora da arquitetura também,” diz a diretora do escritório WORKac, Amale Andraos. “A petição DSB, as declarações recentes de Zaha sobre o sexismo na arquitetura britânica. Não existem tantas mulheres arquitetas no mesmo patamar tomando um partido. Elas provavelmente ainda sentem-se ameaçadas”. Andraos e o sócio Dan Wood enxergam a questão da igualdade em duas perspectivas. Como uma parceria entre um homem e uma mulher, se vêem frente a concursos que pedem um só nome na inscrição e clientes que perguntam quem faz o que. Como proprietários de um negócio, fazem questão de compor um escritório diverso e de tabelar a remuneração de acordo com a experiência. "E ainda assim nos damos conta de funcionárias importantes recebendo menos. Agora oferecemos aumentos nesses casos".

Andraos e Wood gostam de sua tabela de remuneração por sua neutralidade, consideram os números exatos reveladores e inquestionáveis. As informações alimentam seu banco de dados e são divulgadas. Os números deslocam o foco de um caso individual - "Scott Brown merece um Pritzker"? - para um ângulo amplo. VIDA, uma organização em favor das mulheres nas artes literárias, averiguou o número de críticas literárias e livros escritos por autoras avaliados em publicações. Na New Yorker eram 445 homens e 160 mulheres em 2012 (a mesma revista que descreveu Zaha Hadid pronunciando-se enfaticamente).

A colunista da New Republic Lydia DePillis criou um Tumblr, 100 Percent Men, dedicado aos clubes masculinos dos negócios, finanças e artes. O júri do Pritzker estava na lista, assim como os mais de 100 vencedores da Medalha do Ouro do Instituto de Arquitetos dos EUA (AIA). Yale Law Women, uma importante organização estudantil da Faculdade de Direito de Yale que publica anualmente uma lista de escritórios de advocacia que respeitam o comprometimento com a vida familiar de seus profissionais, diz que seu objetivo é "tornar as informações sobre a faculdade, estágios e o mercado mais transparentes e acessíveis". Como seria um escritório de arquitetura assim? Precisamos descobri-lo, antes de sequer fazer uma lista.

Lori Brown e Nina Freedman, cofundadoras do coletivo de Nova Iorque para mulheres na arquitetura SHarE, fizeram mais contas sobre a profissão. Neste semestre, de 73 ciclos universitários analisados, totalizando 510 atividades programadas, 26 foram ministradas por mulheres. Trinta e quatro por cento das faculdades não tinham mulheres lecionando nos primeiros semestres de curso. A Beverly Willis Architecture Foundation pesquisou a liderança feminina das escolas de arquitetura. Hoje existem 22 reitoras, mas isso corresponde a menos de 15 por cento dos 154 programas reconhecidos nos EUA. A academia é frequentemente apregoada como um reduto para as arquitetas (mais adaptável à vida familiar, mais igualitária), mas isto é relativo. Quarenta por cento das graduandas em arquitetura são mulheres, mas somente 15 por cento dos profissionais o são, segundo o AIA.

Cortesia de Women in Architecture, via Metropolis Mag

Brown e Freedman,que recentemente lançaram uma campanha para levantar fundos em Indiegogo, querem focar neste atrito e criar uma organização nacional em prol da categoria, orientando e preparando-a. “Todos sentem esta discrepância,” diz Freedman, diretora de projetos para Shigeru Ban Architects. Beverly Willis tem passado de escritório em escritório discutindo mudanças na cultura de liderança e ressaltando a importância de exemplos: “Apoio, de homens ou mulheres, pode fazer a diferença na permanência. Entrar em uma firma é como andar em um labirinto. Com um guia não há problema; sem um, pode ser confuso e enganoso”.

Brown e Freedman empregam o vocabulário sindical: as mulheres na arquitetura precisam se organizar, não só para lutar pela remuneração, ou criar uniões como os Lyceum Club europeus, mas por mudanças estruturais. A arquiteta Sarah Wigglesworth, que organizou a exposição e simpósio e é coautora do livro Desiring Practices de 1995, também destaca a necessidade de pensar sobre o quadro geral. "As mulheres precisam se levantar e falar quando sofrem atitudes sexistas. Ninguém vai fazê-lo por elas. Se tiverem sucesso, o benefício será de todos e não apenas delas. Penso que as mulheres precisam aprender a ser menos complacentes, menos dispostas a ceder para fazerem uma mudança. Afinal, não escolhemos a arquitetura para fazer amigos. Queremos nos sentir realizadas e produzir um ambiente no qual isso seja possível".

Mulheres devem se desafiar a manifestar-se, como Assouline-Lichten e James fizeram. Mas o tipo de mudança que beneficiará mais que indivíduos, e mais que as mulheres, exigirá mais que a mídia e a mídia social. Quem são as líderes culturais da profissão? Me choquei com a dificuldade de encontrar algum. Como Andraos disse, é chocante quando Zaha Hadid, frequentemente vista como excepcional, admite o sexismo que ela e outras mulheres sofrem. A arquitetura pode ter uma visão muito estreita, pensando só no próximo prazo, no próximo cliente, no próximo trabalho.

É isto que as escolas de arquitetura ensinam, e isso nutre uma crença de que é possível para um indivíduo escapar disso. Winka Dubbledam, recentemente nomeada para um cargo de liderança da PennDesign, disse: "As mulheres conquistam grandes prêmios mas, dito isso, a profissão é dominada por homens e vai levar muito tempo até que isso mude. Um senso de humor vai te levar muito mais longe que batalhas inglórias. Eu foco na profissão e ignoro o resto".

Eu entendo o que ela quer dizer: enquanto moderava um painel da Dwell sobre mulheres no design me dei conta de que preferia muito discutir o trabalho de Galia Solomonoff, Marion Weiss e Claire Weisz do que o seu gênero. E ainda assim a plateia estava lotada e muitas jovens me disseram que estavam felizes simplesmente em ver três mulheres de sucesso sentadas naqueles bancos. Exemplos devem oferecer mais que conquistas individuais. Eles (nós) precisam oferecer apoio concreto, falar como o sucesso acontece. Reconhecer o sacrifício e os embates do caminho é parte de pintar um panorama preciso. Como Wigglesworth  disse, "não escolhemos a arquitetura para fazer amigos".

Porque os arquitetos precisam criar estrelas? Porque, penso, a arquitetura lida com o imensurável. Apesar de ser tanto ciência quanto arte, os arquitetos se elevam ou caem na própria estimativa, e na de seus colegas, sobre serem "bons designers", e os critérios para tanto são indefinidos e indefiníveis. Face ao imensurável, as pessoas recorrem à magia.

Essa é a descrição de Denise Scott Brown do que ocorreu com Robert Venturi, publicada em 1989 como “Room at the Top? Sexism and the Star System in Architecture.” O ensaio, baseado em um discurso seu de 1973, identifica o que está por trás do Prêmio Pritzker. No primeiro parágrafo do discurso da nota de recebimento do Pritzker 2013 por Toyo Ito ouvimos sobre “inovação”, “talento” e “descoberta”—abstrações. No entanto, salvo exceções, o traçado individual não é mais a forma de produção da arquitetura hoje, envolvendo a colaboração entre arquitetos e paisagistas, bem como consultores, engenheiros e demais especialistas. Como disse antes da vitória de Ito, a verdadeira virada seria dar o Pritzker a um arquiteto paisagista.

Quando o SANAA ganhou o Pritzker em 2010, a primeira pessoa que Kazuyo Sejima agradeceu foi o engenheiro do escritório, Mutsuro Sasaki, que também trabalhou na Midiateca de Sendai, central na obra de Ito. Creditando um consultor como um colaborador, ela estava desvelando o sucesso do SANAA do domínio da magia (se o prêmio fosse concebido de outra forma, Sasaki teria dois Pritzkers). Ito, ao receber seu prêmio em maio, pediu que membros atuais e antigos de sua equipe ficassem de pé e recebessem uma salva de aplausos.

Jeanne Gang incluiu um elaborado rol de créditos no livro de 2011 de seu escritório Reveal, e ecoa a comparação de Colomina da arquitetura e da cinematografia. Gang diz que "Os filmes listam os papéis principais, dos criadores, produtores e atores nos créditos iniciais, e no fim o nome de todos e suas funções específicas são listados". Isso permitiria aos prêmios serem mais específicos quanto a o que está sendo premiado e abrir discussão sobre o que faz um projeto bem-sucedido. É rara uma janela para o funcionamento de um escritório; mudar a cultura arquitetônica é exigir os detalhes.

O AIA premia tanto a Medalha de Ouro (100 % de vencedores homens) e o prêmio anual para escritórios: Porque para Thom Mayne e não Morphosis? Tod Williams e Billie Tsien podem ser premiados só como escritório porque não podem como profissionais individuais? O AIA deveria aprender com seus próprio passado. O primeiro vencedor do prêmio para escritório foi o SOM, para quem ele foi obviamente inventado: quando os líderes da sua profissão eram sócios, criaram um novo prêmio. Enfatizar o trabalho colaborativo e a nova dinâmica da arquitetura expande a circunscrição para quem procura novas formas de trabalhar. Não são só as mulheres que se beneficiam do reconhecimento do esforço dos profissionais através da hierarquia, para além de prêmios: remuneração justa, jornadas adequadas e horas extra, licenças e relatórios de desempenho anuais.

Quanto mais falamos sobre o estado das mulheres na arquitetura, mas o estado da própria arquitetura começa a soar podre. Para que ela seja uma profissão sustentável, mais que sua forma de tratar as mulheres tem que mudar. As mulheres precisam aprender a pedir aumentos, mas os arquitetos precisam fazer o mesmo com seus clientes. "Apesar da diferença de remuneração entre homens e mulheres na arquitetura", diz Freedman, "o problema maior é que as pessoas em geral não estão recebendo o suficiente. O valor do arquiteto, e como eles o estabelecem, o que estão dispostos a aceitar, como os preços são estabelecidos - o respeito está ausente". Aumentar os salários em todos os estratos da profissão aumentaria a diversidade e a flexibilidade: enquanto os arquitetos não fizerem acontecer com seus clientes, a profissão corre o risco de se marginalizar.

Para colocar de outra forma: um projeto social começa em casa. "É um problema se tentamos refletir a sociedades mas não somos um reflexo dela", Assoulin-Lichten diz. "A arquitetura lida com permanência e escala que a fazem capaz de mudar o mundo - é imperativo que a categoria reconheça os benefícios inerentes a uma visão mais ampla do que a arquitetura é e quem a faz".

Como começar? Quando perguntei à atual líder da Women's Initiative do SOM, Julia Murphy, o que tem de ser feito, ela desenhou uma pirâmide invertida com os braços. Na base, os de vinte-e-poucos anos perplexos saindo da faculdade que mal acreditam que Denise Scott Brown ainda não tenha o Pritzker. A categoria precisa conhecer-se, apoiada pelas organizações profissionais e escolas de arquitetura, quanto aos salários, o sexismo, os estágios, as folgas, em todos os níveis da profissão.

O AIA tem uma pesquisa programada com seus membros para 2014, mas isso não é o bastante. Se muitas mulheres abandonam a carreira antes de se afiliar, elas não entram na amostra. Um modelo para o estudo pode ser encontrado no estudo do Conselho de Pesquisa Australiano, "Equidade e Diversidade na Profissão de Arquitetura na Austrália: Mulheres, Trabalho e Liderança", que pesquisou 1237 mulheres e 918 homens. Mesmo sem os resultados finais, ainda assim emergiram padrões. "Percebemos que as mulheres abandonam a carreira em três momentos: até cinco anos após a graduação, até dez anos ou até quinze anos", diz a professora Karen Burns da Universidade de Melbourne. "Minha hipótese é que estes correspondem a estágios da vida destas mulheres bem como das suas carreiras". Mas não foram apenas mulheres que saíram nestas ocasiões: "Homens e mulheres saem por salários baixos, jornadas longas e insatisfação com o papel do profissional".

Precisamos definir um novo escopo de práticas. Esse será um projeto em si mesmo, baseado em dados, exemplos e interpretação. Uma vez definido, precisamos encontrar líderes que os adotem, escritório por escritório, setor por setor. Aquela pirâmide precisa tornar aqueles que entram na profissão e aqueles com experiência suficiente em parceiros (com p minúsculo) para gerar mudança. Como Colomina escreve, "Acertar as contas não é uma questão de adicionar alguns, ou vários, nomes à história da arquitetura. Não é uma questão só de justiça ou precisão histórica, mas uma maneira de entender melhor a arquitetura e os modos complexos como é produzida".

Sim, Denise Scott Brown merece uma cerimônia de inclusão no Pritzker, assim como merecia o Pritzker em 1991 (comemoremos, já no próximo ano o júri escolherá uma mulher). Mas o desafio futuro é garantir que não peçam a mais nenhuma DSB (não tão educadamente) para sair do quadro dos arquitetos. Nas palavras de Scott Brown: “De certa forma o meu Prêmio Pritzker é a paixão de todas as pessoas que responderam à petição e o que elas disseram. Sou muito menos entristecida que antes. Porque vocês não têm nada dos tristes, velhos homens brancos que eram tão, tão significativos em tantas áreas". Se formos espertas(os), e talvez um pouco mais "des-agradáveis", mais mulheres poderão ter na arquitetura a influência, a experiência e a vida criativa que Scott Brown ainda tem. Esse é o prêmio que vale dar e receber.

Alexandra Lange é arquiteta e crítica de design,autora de Writing about Architecture: Mastering the Language of Buildings and Cities. (Princeton Architectural Press, 2012). Seu trabalho consta em The Architect's Newspaper, Architectural Record, Dwell, Metropolis, Print, New York Magazine e The New York Times.

Sobre este autor
Cita: Alexandra Lange. "Porque a arquitetura tem que ouvir suas mulheres esquecidas" [Necessary Hauntings: Why Architecture Must Listen to its Forgotten Women] 18 Ago 2013. ArchDaily Brasil. (Trad. Helm, Joanna) Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/01-134611/porque-a-arquitetura-tem-que-ouvir-suas-mulheres-esquecidas> ISSN 0719-8906

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