La Palma / Miguel Angel Aragonés

La Palma / Miguel Angel Aragonés - Mais Imagens+ 18

Cidade do México, México
© Joe Fletcher

Descrição enviada pela equipe de projeto. México é um território guardado pelo sol. Como não aproveitar, então, esse patrimônio e fazer dele o protagonista, cúmplice do espaço arquitetônico? Como não permitir que nos interiores mexicanos habite sua poderosa presença? Como não utilizar a luz natural para gerar atmosferas e sensações? O sol é para o arquiteto o que a bússola é para o marinheiro; é o ponto de partida, é o princípio orientador de todo o projeto. Quando vês um terreno, o primeiro que se tem que averiguar é por onde nasce o sol e onde ele se põe, por onde se quer que entre durante o verão e por onde entra no inverno. Tem que saber pegar o sol, o manipular, o seduzir, guardar sua luz, não deixar que disperse, qualificá-lo para os interiores. Esta habilidade – a arte de conter luz – converte o arquiteto no tradutor, um tipo de alquimista. A latitude – assim como na navegação – é o marco de referência da arquitetura.

© Joe Fletcher

Na Cidade do México, por exemplo, a casa se aquece voltada para o sul:  a luz contínua, intensa, luz que dura todo o sol. A luz do sol poente, por sua vez, tem outra cor e outra duração. Sem lugar para dúvidas, a latitude colore o mundo. A latitude e uma de suas consequências, o clima, são fatores geradores de costumes, de características culturais, de cosmogonias. A luz é uma constante. Quando se distorce, quando se modifica em sua frequência ou em seu comprimento de onda, alcança-se diferentes cores e tonalidades: luz amarela, azul, branca. Então o arquiteto desenha, pinta com luz; a rouba do amanhecer ou do entardecer e permite que irrompa nos espaços, que se reflita nas paredes como se estas fossem telas.

© Joe Fletcher

Um dos aspectos mais notáveis do trabalho de Luis Barragán está no manejo cuidadoso da luz. Muitos arquitetos mexicanos contemporâneos fizeram dela uma ferramenta indispensável, percorreram este caminho e recriaram essa Escola. A luz também pode nos resultar um enigma, pois nela há muito mais do que aquilo que nos damos conta. Entendê-la implica destrinchar os conceitos de espaço e tempo. Este último é fundamental na arquitetura, pois o ‘destempo’, seu oposto, é o plano; o equivalente a um gráfico bidimensional, uma visão estática do espaço. É a parte conceitual que diz em linhas o que o arquiteto quer fazer: sua ideia, seu projeto. O único que dá vida a esse plano no espaço é o tempo. A arquitetura é movimento. Cada espaço é parecido com uma nota musical, e a sequência dessas notas se traduz em ritmo.

Courtesy of Miguel Angel Aragonés

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Sobre este escritório
Cita: "La Palma / Miguel Angel Aragonés" [La Palma / Miguel Angel Aragonés] 07 Dez 2012. ArchDaily Brasil. Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/01-84821/la-palma-slash-miguel-angel-aragones> ISSN 0719-8906

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